Como os espaços podem transmitir sensações e influenciar comportamentos?
Muitas histórias acontecem a partir da nossa interação com os espaços físicos de estabelecimentos comerciais. Vamos a um exemplo: Você decide ir a um restaurante, pois estava com vontade de saborear uma comida mineira. Chegando lá, parece que você estava entrando na casa da sua tia no interior de Minas Gerais: o espaço, a organização dos móveis, as cores e a iluminação, além do aroma irresistível de comida gostosa e bem temperada… A moda de viola que tocava no salão do restaurante fez você lembrar dos domingos alegres de reunião em família, das conversas e cafezinho passado no coador de pano. De repente, o que seria apenas um almoço em um bom restaurante se torna uma incrível experiência emocional, que faz reviver memórias de sua infância. Já aconteceu algo semelhante com você? Isto não ocorre por acaso. Provavelmente esses lugares foram projetados de maneira a estimular os seus sentidos e as suas emoções, para criar uma experiência de consumo surpreendente e conectada com os seus valores e com aquilo que você realmente aprecia. Muitos estudos demonstram a importância de elementos como as formas dos espaços, seu aspecto estético, cores, iluminação, sons e texturas, como estímulos dos sentidos das pessoas, influenciando seus comportamentos e emoções e levando-as a permanecerem mais ou menos tempo nos lugares, consumirem ou não e estabelecerem fortes conexões com marcas e empresas. Os espaços projetados com estas características têm como ponto central as pessoas – a forma como vivem, seus hábitos e necessidades. Consideram as demandas do usuário: à qual função o ambiente se destina? Qual dimensionamento os espaços devem possuir para que as atividades e relações sociais que ali serão desenvolvidas possam ocorrer de maneira eficiente, tranquila e igualitária para todas as pessoas? Perguntas como estas são essenciais para que a experiência das pessoas nesses ambientes seja completa, agradável e estimulante e para que histórias de integração com a marca ocorram. É preciso minimizar o eventual estresse, promover o conforto físico e potencializar a capacidade de acolhimento do lugar, valorizando o conforto emocional que eles podem proporcionar. Além disso, estes espaços são projetados levando em consideração os objetivos do próprio negócio: como os produtos e serviços devem ser consumidos, quem e porquê devem consumí-los. O estabelecimento possui um propósito, e a arquitetura dos espaços deve estar intimamente ligada a ele. Já falamos aqui sobre as principais tendências de comportamento para o consumidor no ano de 2022. Segundo Dominique Oliver, CEO da marca de lifestyle Amaro, antes da pandemia, menos de 5% das compras eram feitas no ambiente online, no Brasil, e, agora, o comércio online já consome 11% das vendas de varejo. Apesar deste aumento significativo das vendas online, o espaço físico continua sendo muito importante para criar experiências agradáveis para o consumidor. Segundo a tendência de perfis, o consumidor irá prezar, de forma geral, ainda mais pela valorização das pessoas e comunidades, por marcas que valorizem a inclusão e a conexão entre as pessoas e que forneçam experiências agradáveis, imersivas e acolhedoras. E neste ponto, não há nada melhor do que espaços físicos bem planejados, de acordo com os desejos e interesses do público-alvo, para produzir o encantamento através das vivências nos ambientes. Diversos aspectos arquitetônicos podem contribuir para transformar a experiência do consumidor em algo além da própria compra ou consumo, mas em uma experiência com envolvimento emocional, em algo inesquecível. Dentre estes aspectos, a iluminação possui grande importância, pois é capaz de valorizar o ambiente e potencializar as sensações. Costumo dizer que a iluminação está para a arquitetura da mesma forma como a cereja está para o bolo: é ela quem faz o arremate final e valoriza todo o trabalho de projeto e execução do design de qualquer tipo de espaço. Uma iluminação bem feita tem a capacidade de potencializar todas as intenções do projeto e provocar emoções e sensações nas pessoas. No entanto, quando não está adequada ao ambiente, o efeito pode ser desastroso: espaços pouco atrativos e desagradáveis, resultando em lugares onde as pessoas não se sentem confortáveis em estar. Aliada a um projeto arquitetônico bem estruturado, a iluminação é poderosa para influenciar o comportamento de consumo dos clientes. A seguir apresentamos algumas dicas valiosas para que você possa aproveitar ao máximo os espaços de seu estabelecimento e potencializar as experiências de seus clientes. 1 – É preciso ter um foco: pense sobre o perfil do seu negócio e do seu público Para que a iluminação seja uma aliada, é muito importante que seja pensada de acordo com o perfil do seu negócio e do público que ele atende, sob o risco de se criar uma ambientação que espante o seu cliente, ao invés de retê-lo, ou o contrário: as pessoas achem o lugar tão agradável que passem a querer ficar, quando o objetivo era que elas fizessem suas refeições rapidamente e fossem embora. 2 – A iluminação faz parte da decoração Além do perfil do negócio e do público, o segundo ponto de apoio de todo projeto de iluminação é o design do ambiente. Ambos, atuando de forma bem alinhada, servem para valorizar a arquitetura do seu restaurante e ajudar a criar as ambientações e sensações adequadas para o seu negócio acontecer. Mais do que isso, a iluminação faz parte da decoração e cada estilo de design demanda um tipo de luminária e efeitos de iluminação específicos. 3 – Use a iluminação para potencializar a experiência e criar setores, cenários diferenciados e pontos de interesse A iluminação é uma aliada poderosa na valorização do seu estabelecimento e pode te ajudar a criar setores diferentes, com maior ou menor privacidade, demarcar e sinalizar as áreas de circulação e ainda destacar a arquitetura e objetos de decoração, criando ambientações diferenciadas, o que pode tornar o seu estabelecimento agradável e interessante para o cliente. Além disso, a iluminação também é uma alternativa interessante e que demanda pequenas alterações no ambiente para criar a sensação de novidade no cliente. Quais sensações você deseja que seu estabelecimento provoque em seus