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Arquitetura comercial

Construção: Como lidar com resíduos de forma mais sustentável

Vivemos em uma era em que a conscientização ambiental nunca foi tão urgente e premente. Empresas de todos os setores estão enfrentando uma crescente pressão para adotar práticas mais sustentáveis e responsáveis, portanto nesse contexto o descarte e tratamento adequado de resíduos emergiu como um tópico crucial a ser considerado. Hoje, vamos explorar a crescente preocupação das empresas em relação à questão ambiental, destacando como o descarte e tratamento sustentável de resíduos desempenha um papel fundamental e como pode ser feito de forma mais responsável. No cenário atual, a proteção do meio ambiente não é mais uma opção, mas uma necessidade: a crescente escassez de recursos naturais, as mudanças climáticas, a poluição do ar e da água, e a degradação do ecossistema são desafios que não podem ser ignorados. Já comentamos anteriormente aqui no blog que, por conta deste cenário mundial, foi lançada a Agenda 2030 pela Organização das Nações Unidas (ONU). O documento estabeleceu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com metas claras a serem alcançadas até o ano de 2030 e entre esses objetivos destacam-se a ação pelo clima, a vida terrestre, e a parceria para o desenvolvimento sustentável. A busca por cumprir essas metas têm levado empresas de todos os tamanhos e setores a repensar suas práticas de negócios. O conceito de ESG, que avalia o desempenho de empresas em termos ambientais, sociais e de governança, tornou-se um critério-chave para investidores e consumidores mais conscientes com a  responsabilidade ambiental, passando a integrar estratégias de negócios cada vez mais inteligentes e comprometidos com este objetivo. Nesse contexto, o descarte de resíduos é um ponto crucial, uma vez que o tratamento inadequado pode causar danos significativos não apenas ao meio ambiente, como também à reputação de uma empresa, afetando inclusive diretrizes previamente estabelecidas em seu planejamento de longo prazo.  É importante destacar que o descarte sustentável não se trata apenas do cumprimento de regulamentações governamentais, mas também engloba a adoção de práticas que preservem a saúde das pessoas e minimizem os desperdícios de materiais, como por exemplo, através da reciclagem dos insumos e da redução de emissão de carbono nos processos da cadeia produtiva. A inovação nos projetos também passa pelo correto descarte e tratamento de resíduos Engana-se quem pensa que projetos considerados complexos ou inovadores são sinônimos de cuidado com o descarte e tratamento de resíduos. Há, inclusive, casos de construções consideradas ícones do luxo e da inovação, como o majestoso arranha-céu Burj Khalifa em Dubai, que, apesar de ter sido construído para ser o maior edifício do mundo, enfrenta um desafio significativo decorrente da falta de infraestrutura da cidade: a falta de um sistema de esgoto capaz de atender suas necessidades. E não há nada mais básico em um edifício do que a coleta e a destinação do esgoto para o correto tratamento. Segundo Kate Ascher, autora do livro “The Heights: Anatomy of a Skyscraper”, o Burj Khalifa produz quase 15 toneladas de esgoto diariamente. Atualmente, a solução adotada envolve o uso de caminhões para transportar diariamente esses resíduos até usinas de tratamento de esgoto. Essa abordagem não apenas gera desafios logísticos complexos, mas também tem impactos ambientais e econômicos significativos. Os caminhões de esgoto frequentemente aguardam em filas, ultrapassando 24 horas em alguns casos, para descarregar sua carga. Além disso, muitas vezes, eles precisam retornar ao Burj Khalifa para coletar mais resíduos. Essa situação não apenas resulta em atrasos e custos adicionais, mas também tem um impacto negativo no trânsito e na qualidade do ar da cidade. Atualmente, políticas públicas estão em andamento para desenvolver um sistema de esgoto interligado que deve atender a todos os edifícios da cidade, mas a previsão é que isto ocorra somente em 2025.  E no Brasil, como andam as coisas? Dentro do panorama urbano do Brasil, é evidente que há diferenças na forma de coleta e tratamento de esgoto. As grandes cidades, por exemplo, enfrentam dificuldades significativas no que diz respeito a este cenário, uma situação que, apesar dos avanços, ainda não alcança todos os bairros de forma eficiente.  Nas regiões mais distantes, o uso de fossas sépticas continua sendo uma prática comum. Contudo, é crucial salientar que, se não forem devidamente instaladas e mantidas, essas soluções têm o potencial de contaminar não apenas o lençol freático, como também comprometer as fontes naturais de água. Para além das moradias, vemos problemas semelhantes, e até mais graves do que o caso de Dubai, ocorrendo em todo o Brasil, com os mais diversos tipos de estabelecimentos comerciais como, por exemplo, restaurantes, hospitais e até indústrias, que teoricamente deveriam estar mais bem preparados para lidar com a gestão dos resíduos gerados por suas atividades. Como a arquitetura contribui para o manejo mais sustentável de resíduos? Em meio aos desafios de sustentabilidade, é importante reconhecer a intrínseca conexão entre a arquitetura, a construção de espaços e a implementação adequada de sistemas de saneamento.  Neste sentido, a arquitetura, juntamente com a engenharia de instalações, desempenha um papel vital, não apenas na estética e funcionalidade dos empreendimentos, como também na concepção de soluções que tornem o tratamento de resíduos mais simples e efetivo, como por exemplo, implementando sistemas para o escoamento do óleo de cozinha diretamente das unidades habitacionais para tanques de armazenamento e coleta deste tipo de resíduo. Outro aspecto crítico reside na correta execução dos sistemas, pois é comum a concepção equivocada de que a simples conexão de banheiros, cozinhas e áreas de serviço à rede pública de esgoto é suficiente. No entanto, essa percepção negligencia a importância das caixas de gordura e caixas de sabão, que não devem ser direcionados diretamente à rede pública, já que esses resíduos devem ser periodicamente recolhidos e descartados de forma apropriada, para evitar o entupimento da rede e danos ao meio-ambiente. Ao projetar edificações com a correta integração desses sistemas, é possível reduzir não apenas os custos operacionais, como também aumentar a eficiência dos empreendimentos e a minimização do impacto ambiental.  Além disso, é importante lembrar que a fiscalização ambiental desempenha um papel fundamental na garantia

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Arquitetura Industrial

Soluções de acessibilidade para espaços industriais

A acessibilidade é a possibilidade da efetiva participação de todas as pessoas nos mais diversos âmbitos da vida social, sem barreiras que as impeçam de desenvolver as atividades de forma autônoma. Se apresenta em múltiplas dimensões, desde as questões atitudinais, acessibilidade física e espacial, tecnológica, informacional, comunicacional, linguística e pedagógica, entre outras. É, ainda, uma questão de direitos e atitudes, e encontra fortes bases na legislação brasileira, uma das mais avançadas e completas do mundo neste quesito. Com relação aos projetos arquitetônicos, têm conquistado espaço nos últimos anos, através da arquitetura inclusiva. A arquitetura inclusiva respeita a diversidade humana e define a acessibilidade para todos e todas, em diferentes espaços. Busca enfatizar a experiência das pessoas nos ambientes e incluir as diversas necessidades no seu planejamento. Está relacionada ao conceito do desenho universal, que busca produtos e ambientes com design acessível ao maior número de pessoas possível. A atuação do arquiteto está descrita conforme diversos dispositivos legislativos. Em relação à acessibilidade, a Lei nº 10.098 estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação. A Lei considera como barreira qualquer entrave que limite ou impeça o acesso, o movimento livre e a circulação com segurança das pessoas. Em espaços de trabalho, a acessibilidade promove a segurança de todos os colaboradores e proporciona diversos benefícios, como a melhora do clima organizacional e o desenvolvimento de tarefas de forma mais fluida. Planejar ambientes industriais acessíveis envolve pensar nos usos dos espaços para favorecer os processos de produção, mas sem deixar de seguir uma série de regulamentações, como a NBR 9050:2020, por exemplo. Em reformas, pode ocorrer um processo de adequação dos espaços à legislação e também adaptações dos ambientes para que atendam às exigências da legislação, e algumas medidas são priorizadas, por escolha da gestão da empresa e dos arquitetos envolvidos. Para que os projetos sejam inclusivos, tanto para pessoas com deficiência, quanto para as pessoas que não possuem nenhuma necessidade específica, alguns itens são fundamentais. Entrada acessível: As empresas devem cuidar para que as entradas de suas sedes sejam acessíveis para todas as pessoas. No caso de locais com desníveis ou mais de um pavimento, é necessário ter rampas, plataformas ou elevadores que permitam a transposição e circulação entre esses diversos pavimentos, lembrando que estas soluções são indispensáveis para que pessoas em cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida possam chegar à sede da empresa e que tais dispositivos devem respeitar as exigências técnicas estabelecidas pela NBR 9050:2020 e outras normas técnicas específicas. Estacionamento: Os estacionamentos devem contar com vagas de estacionamento para pessoas com deficiência e vagas reservadas para idosos. Estas vagas precisam estar localizadas próximas à entrada do estabelecimento e possuir acesso facilitado e desobstruído ao local. Banheiros acessíveis: Alguns dispositivos são essenciais para sanitários acessíveis como barras de apoio, torneiras com acionamento por alavanca e sensores automáticos. Além disso, precisam contar com espaço suficiente e adequado para que as pessoas possam se movimentar lá dentro e respeitar as larguras mínimas de portas e corredores de acesso. Sinalização e comunicação multi-sensorial: É necessário prever um sistema de comunicação e sinalização que possa ser compreendido por todas as pessoas, independente do sentido que utilizam para essa compreensão. A implementação de comunicação em várias mídias diferentes, tais como texto em alto-relevo, Braille, pictogramas e áudio é fundamental para garantir a autonomia e segurança das pessoas. Piso tátil: A principal função do piso tátil é auxiliar na orientação e circulação das pessoas com deficiência visual e baixa visão. Quando combinados com mapas táteis possibilitam autonomia e segurança para as pessoas com deficiência visual.  Refeitórios com espaço, equipamentos e mobiliário adequados: Além dos espaços suficientes para que todos possam se movimentar dentro dos refeitórios, equipamentos e mobiliários tais como buffets e mesas precisam ter dimensões e características que permitam que todas as pessoas consigam utilizá-lo. Há, no mercado, diversas soluções inovadoras que podem ser utilizadas em indústrias, aliando funcionalidade, conforto e as medidas determinadas pela norma técnica. De forma geral, todo estabelecimento de uso coletivo deve ter uma rota acessível, garantindo um trajeto contínuo e sem obstáculos, que apresente a sinalização adequada, interligando os acessos e todos os setores do estabelecimento. Os ambientes industriais devem ser pensados de forma a promover a autonomia e segurança daqueles que o utilizam e o papel do arquiteto é fundamental para este planejamento. Como profissionais, idealizamos e planejamos os espaços de forma a considerar as possibilidades de atuação do maior número possível de pessoas. Conte com profissionais especializados para fornecer a orientação necessária para o planejamento de seus espaços e adequá-los às demandas de acessibilidade, sempre conciliado com os requisitos dos seus processos e cadeia produtiva. Agende um horário com Angélica Picceli, especialista em Arquitetura Acessível do Studio Universalis, através do e-mail contato@studiouniversalis.com.br ou pelo WhatsApp (31) 98797-2392.

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Arquitetura comercial

Empresas e acessibilidade: como reduzir riscos de ações trabalhistas com projetos de acessibilidade?

Ações trabalhistas são problemas que preocupam gestores de empresas de todos os setores, visto que nosso país possui um elevado número de processos deste tipo. De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho, nos seis primeiros meses do ano de 2021, o TST recebeu 16,0% de processos a mais em relação ao mesmo período de 2020. Dos processos recebidos, 78,0% foram casos novos e houve um crescimento em relação aos processos julgados de 9,5% em relação a 2020. A fiscalização em relação à adequação às normas que devem ser seguidas está cada vez mais frequente, seja para grandes, médias ou pequenas empresas. Ela é feita pelo Ministério Público ou pelo Ministério do Trabalho, de acordo com a origem e teor da reclamação. Quando falamos em ambientes de trabalho acessíveis, engana-se quem pensa que eles são projetados para favorecer a um ou outro grupo de pessoas. A acessibilidade objetiva a remoção de qualquer barreira e obstáculo, seja ele relativo a espaços ou de caráter atitudinal, para que todas as pessoas tenham condições de exercer a sua independência. A acessibilidade é uma obrigação exigida por lei e além de promover a melhoria do ambiente organizacional, também contribui para evitar uma série de situações que podem, posteriormente, se tornarem grandes problemas para a empresa. A acessibilidade nos ambientes de trabalho é uma questão muito importante e merece toda a atenção dos gestores! Há, inclusive, a cobrança de multas por falta de adaptação no espaço físico, número de pessoas com deficiência abaixo do mínimo estabelecido por lei no quadro de funcionários, inacessibilidade nos canais de comunicação e até mesmo por questões comportamentais. A garantia de adaptações acessíveis em todos os espaços das empresas possibilita o cumprimento de legislações como a chamada Lei de Cotas, que regulamenta a contratação de pessoas com deficiência. Como já mencionamos em outros materiais aqui no blog, a principal normativa que regulamenta a adequada organização dos espaços é a NBR 9050:2015, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Esta norma prevê orientações para espaços públicos e privados, para, a partir do desenho universal, prover a acessibilidade.  Dentre os princípios básicos, estão o uso equitativo dos espaços e equipamentos; seu uso flexível, simples e intuitivo, que permita a fácil compreensão e independente de experiência; que as informações sejam de fácil percepção (ou seja, que comuniquem, de modo claro e independente de habilidades específicas; que os espaços e equipamentos possuam tolerância ao erro, minimizando os efeitos advindos de usos inesperados ou não previstos; que exijam baixo esforço físico e que possuam dimensões suficientes para a aproximação, alcance e uso, independente das características do usuário. Para ilustrar a importância destes conceitos, vejamos algumas situações: a empresa possui portas de entrada estreitas; não há corrimão nas rampas e escadas, e os degraus são mal dimensionados; há diversos ambientes com piso e parede na mesma cor, o que prejudica a percepção e orientação das pessoas no local; a empresa possui rampas, mas estas são muito inclinadas. O que estes exemplos têm em comum? Além de serem inacessíveis, ou seja, de não permitirem o acesso e utilização por qualquer pessoa de forma independente, também oferecem diversos riscos de acidentes para todos os colaboradores. Temos, então, outra contribuição muito positiva ao se pensar ambientes empresariais acessíveis e inclusivos: o fortalecimento das medidas de segurança no trabalho. A Segurança no Trabalho é uma das áreas que ocupa destaque no ranking entre as principais causas que podem expor uma empresa a processos trabalhistas. Seu principal objetivo é proporcionar um ambiente de trabalho saudável para que as tarefas laborais sejam realizadas da melhor forma possível e, para isso, engloba um conjunto de medidas de prevenção, estabelecidas principalmente pelas NR´s (Normas Regulamentadoras) propostas pelo Ministério do Trabalho. Atualmente, são 37 NRs que podem ser conferidas no site do Ministério do Trabalho.  No tocante às características do espaço físico e do mobiliário, deve-se atentar também às  regras previstas na NBR 9050:2020, para que a acessibilidade, segurança e autonomia de todas as pessoas seja garantida. O cumprimento de tais aspectos contribui para a melhora do clima organizacional, pois o funcionário se sente mais seguro e até mesmo protegido.  Ambientes acessíveis são o primeiro passo para proporcionar, também, a inclusão de pessoas com deficiência no quadro de colaboradores da organização. Como já destacamos, o direito a exercer o trabalho é garantido por lei para todos e todas, e é essencial que as empresas estejam preparadas para abarcar a diversidade e promover a inclusão. Nesse sentido, é imprescindível que a empresa faça um diagnóstico dos aspectos relacionadas à acessibilidade, como: Acessibilidade arquitetônica — perceber as barreiras ambientais e físicas, para removê-las; Acessibilidade atitudinal — desconstruir preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações; Acessibilidade comunicacional — diagnosticar e desconstruir barreiras na comunicação interpessoal; Acessibilidade metodológica — identificar possíveis barreiras e repensar os métodos e técnicas de trabalho; Acessibilidade instrumental — remover barreiras nos instrumentos e ferramentas de trabalho; Acessibilidade programática — analisar as políticas e normas da empresa, a fim de identificar e romper com barreiras invisíveis que eventualmente possam estar embutidas nestes aspectos. Ao permitir o acesso e utilização dos espaços, a empresa dá os primeiros passos para usufruir de um ambiente mais inclusivo e, portanto, diverso. Conforme citamos em outros materiais, além de um diferencial competitivo que agrega grande valor à marca, tais atitudes também possuem impactos diretos em sua forma de atuação e rendimento e servem como formas de prevenção a possíveis transtornos causados pelo não cumprimento de legislações. Um mundo mais justo começa por espaços acessíveis. Para que as empresas consigam buscar soluções estratégicas adequadas, é necessário que contem com profissionais especializados. O Studio Universalis trabalha para encontrar soluções arquitetônicas adaptadas à realidade da sua empresa. Agende um horário com  Angélica Picceli, nossa especialista em Arquitetura Acessível, através do e-mail contato@studiouniversalis.com.br ou pelo WhatsApp (31) 98797-2392.

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Arquitetura Industrial

Acessibilidade e indústrias: impactos e possibilidades com ambientes inclusivos

A adequação dos espaços físicos das empresas do setor industrial é essencial para favorecer a realização das atividades com mais segurança e também para garantir o acesso de todos os colaboradores. Implementar a acessibilidade em espaços industriais proporciona resultados muito positivos. A diversidade dentro da organização traz resultados práticos como a melhora do clima organizacional e maior agilidade na solução de problemas, por abarcar visões diferenciadas que facilitam a inovação. Além disso, espaços acessíveis ampliam o alcance do público-alvo e agregam valor não apenas ao produto, mas à marca em si, sendo percebida de forma mais positiva pelos consumidores. Para que a empresa realize as devidas adequações, de forma a tornar seus ambientes acessíveis, é necessário conhecer a ABNT 9050/2020, norma brasileira que dispõe sobre acessibilidade em edificações e no mobiliário. Espaços acessíveis são essenciais para permitir, também, o cumprimento de outras legislações, como a Lei de Cotas – Lei nº 8.213, de julho de 1991, que determina que empresas com mais de 100 funcionários devam ter de 2 a 5% de seus cargos destinados às pessoas com deficiência. Outras Leis Federais, como as leis nº 13.146/15 e nº 10.098/00, o Decreto Federal 5.296/04 e a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, exigem que as empresas promovam as adequações necessárias para o acesso e a inclusão de pessoas com deficiência. De forma a garantir que a legislação seja cumprida, o Ministério Público e o Ministério do Trabalho têm fiscalizado e notificado empresas e instituições. Em relação à indústria, tais órgãos entendem e cobram que haja acessibilidade em todas as áreas, sejam áreas produtivas, administrativas ou de apoio, tais como refeitórios, ambulatórios, sanitários, vestiários, entre outras. Para isso, os ambientes devem seguir as regulamentações da NBR 9050/2020, que  estabelece os requisitos essenciais para os espaços, e também para as formas de comunicação e sinalização, que são elementos de extrema importância e compõe, juntamente com a arquitetura, todo um sistema que viabiliza a acessibilidade das pessoas, principalmente aquelas que possuem deficiência visual. As empresas e indústrias devem procurar a orientação de arquitetos capacitados, para adequar seus ambientes e torná-los mais inclusivos. O Studio Universalis atende a este segmento e já foi consultado por diversas indústrias do setor. Em um dos casos, a indústria não possuía nenhum de seus espaços acessíveis – desde a portaria, passando pelos corredores, bebedouros, relógio de ponto – e precisava regulamentar sua estrutura de acordo com a legislação. Após o estudo e replanejamento do espaço, uma das primeiras medidas a serem tomadas foi a adequação e a reforma dos estacionamentos, para atendimento da norma técnica ABNT 9050/2020. A norma prevê vagas de estacionamento para pessoas com deficiência e para pessoas idosas, a uma distância máxima de 50 m até um acesso acessível. Estas vagas reservadas devem ter o tamanho e o espaço adequado, devem ser demarcadas e sinalizadas com o símbolo internacional de acesso e o pictograma do idoso. Estacionamento: espaço com rota acessível   Estacionamento: sinalização de estacionamento para pessoas com deficiência   Isso possibilita que não apenas uma pessoa com deficiência possa utilizar esta vaga, como também qualquer pessoa que esteja com mobilidade reduzida por tempo determinado como, por exemplo, um funcionário que se machuca e não pode caminhar por muito tempo.  No caso específico do refeitório, havia mesas acessíveis, mas o buffet não estava adequado para que uma pessoa com deficiência ou qualquer redução de mobilidade pudesse utilizá-lo com autonomia. A norma define que todo o mobiliário seja pensado a partir dos conceitos de design universal, de forma que os espaços possam ser utilizados com autonomia por todos e todas, independente de idade, habilidade, capacidade físico-motora ou status. Refeitórios: medidas e espaço para circulação Os espaços de circulação das indústrias devem respeitar os fluxos dos processos produtivos e observar os requisitos de segurança Porém, é essencial que também contemplem uma rota acessível. Ou seja, de acordo com a ABNT 9050/2020, devem apresentar um trajeto “contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecte os ambientes externos e internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência e mobilidade reduzida.” Outro aspecto muito importante foi a adequação da sinalização, essencial para garantir a segurança e bom funcionamento dos processos. Por se tratar de um um galpão industrial, o espaço necessitava ser bem demarcado e sinalizado,  para que as pessoas pudessem se orientar e circular com autonomia e segurança. Conforme orientado pela normativa brasileira, a sinalização deve conter informações completas, precisas e claras e deve ser autoexplicativa, perceptível e legível para todos, inclusive às pessoas com deficiência. Devem ser dispostas pensando o uso de, no mínimo, dois sentidos: visual e tátil ou visual e sonoro.  Sinalização visual É importante salientar que as adequações dos espaços industriais são feitas de forma processual. As medidas vão sendo tomadas e os espaços, alterados, aos poucos, de acordo com o fluxo definido pela empresa junto à equipe de arquitetos. Os impactos positivos de ambientes mais acessíveis são sentidos por todos os colaboradores. Neste caso, o projeto melhorou a qualidade dos acessos e dos espaços, facilitou a movimentação, possibilitou áreas mais organizadas e mais bem distribuídas e minimizou acidentes corriqueiros, como esbarrar em móveis e derrubar objetos. Para garantir espaços mais acessíveis e confortáveis, a empatia é essencial e propõe uma mudança cultural que afeta a todos no cotidiano das empresas. Ao pensar em acessibilidade no ambiente industrial, você faz com que os colaboradores passem a entender a importância prática destas ações, tanto pela percepção de um ambiente de trabalho de melhor qualidade, quanto pela compreensão dos benefícios da convivência na diversidade. E isso se reverte em ganhos que extrapolam os limites da empresa, pois as pessoas acabam “levando para casa” essa atitude inclusiva, além de perceberem a organização de maneira mais positiva. A acessibilidade deve ser pensada de forma ampla, como um conjunto de ações com grandes impactos. Nas indústrias, confere um grande diferencial competitivo e é um investimento para todas as empresas, pois é um motor

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Arquitetura comercial

Acessibilidade no ambiente empresarial: Como aumentar a lucratividade através da inclusão social?

No ambiente corporativo, o intuito de trazer pessoas diferentes vai além de gerar diversidade na empresa. Ela pode resultar em um grupo de pessoas que, por terem vivências tão diferentes, se complementam e trazem novas perspectivas sobre os mais variados assuntos. Segundo pesquisa da McKinsey & Company, empresa de consultoria americana, as companhias com mais diversidade têm 35% mais chance de retorno financeiro que a média do mercado. Isso demonstra que, apesar dos empecilhos do cotidiano empresarial, uma equipe formada por pessoas diversas gera resultados além dos convencionais. A mesma pesquisa também indica que igualdade de gênero é um indicativo de sucesso, podendo atingir até 41% de aumento na lucratividade das empresas que adotam este tipo de política de recursos humanos. As causas sociais andam diretamente atreladas ao ambiente de trabalho. Apesar de constituírem 55,8% da população, o mercado contrata menos pessoas negras e com frequência as direciona para cargos de baixa relevância e remuneração, perpetuando o estigma da sociedade e sua dívida histórica tão presente até hoje.  Quando falamos da contratação de pessoas com deficiência, até grandes corporações tem dificuldade para incluí-las porque, em grande parte das vezes, suas sedes não possuem ambientes de trabalho adequados para receber este público, indo no caminho contrário da diversidade. Oferecer ambientes de trabalho acessíveis possibilita que a experiência de todos os funcionários seja produtiva e agradável, mostrando-se uma grande vantagem competitiva, já que além de gerar excelentes resultados, também aumenta o engajamento e a sensação de pertencimento.  Para tanto, é preciso garantir que as pessoas possam chegar a seus postos de trabalho com segurança e que tenham condições de permanecer no local. Ou seja, acessos sem barreiras, mesas e bancadas de trabalho com equipamentos ergonomicamente adequados, bem como copas, refeitórios e instalações sanitárias que consigam receber todos os tipos de pessoas. No entanto, para grande parte das corporações, ainda é difícil perceber o custo/benefício de ambientes inclusivos, que possibilitem o acesso a todos porque com frequência a acessibilidade é tratada partindo do ponto de vista da exceção, como se servisse apenas às pessoas com deficiência, quando deve ser pensada para todas as pessoas, independentemente de suas características físicas, motoras ou sensoriais. Para além da lucratividade, o ambiente de trabalho torna-se acolhedor para os funcionários, melhora o clima organizacional pelo senso de responsabilidade social e cuidado da empresa para com as pessoas. O convívio com as diferenças apresenta resultados positivos, gerando uma experiência única de crescimento pessoal a todos os funcionários pela oportunidade de se conviver e aprender com pessoas que carregam suas histórias de vida.  Pensando nisso, o Studio Universalis trabalha há mais de 10 anos com a missão de projetar espaços adequados para todas as pessoas, favorecendo e impulsionando a diversidade e a inclusão. Os projetos desenvolvidos em nosso escritório são pensados para transformar inclusão em lucratividade porque a arquitetura precisa ir além da parte técnica, ela tem que fazer parte da estratégia de negócios das empresas.  

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