Skip to content
Arquitetura Residencial

A casa na era do novo normal

Com a necessidade do isolamento social muitas pessoas experimentaram pela primeira vez trabalhar no sistema de home-office, também conhecido como teletrabalho ou trabalho remoto. Quando estamos trabalhando na empresa, somos colocados em um ambiente onde tudo está preparado para atender às necessidades que possuímos no desempenho do nosso trabalho. A única coisa que importa, o único assunto naquele lugar, durante aquelas horas que passamos ali, são as atividades que precisamos executar para cumprir nossos objetivos diários e entregar o trabalho que esperam de nós. Tudo é planejado para que possamos nos concentrar e ter o máximo de eficiência e produtividade. No momento em que somos mandados trabalhar em casa esse cenário muda completamente. Se você mora sozinha, as coisas certamente serão mais fáceis, mas se mora com sua família, a situação vai exigir muito jogo de cintura, empatia, tolerância e disciplina. A maioria das casas não estão preparadas para esta nova realidade. Nunca imaginamos antes ter de ficar isolados em casa, realizando atividades em um lugar que antes era destinado apenas ao convívio familiar e social e ao lazer e ao descanso. De uma hora para outra a casa ficou cheia e todas as atividades que seus moradores outrora realizavam nas empresas e nas escolas passaram a acontecer em casa e ao mesmo tempo. No caso das famílias que possuem crianças a situação é ainda um pouco mais dramática: além de levar o trabalho para dentro de casa, os pais precisaram assumir parte do papel das escolas e das babás, dividindo seu tempo e sua atenção que antes era somente do trabalho. Esta nova realidade pode parecer caótica e estressante, mas apesar disso há algumas vantagens: o isolamento social em casa nos colocou junto da nossa família por mais tempo e assim podemos acompanhar de perto o crescimento das crianças e curtir mais intensamente o convívio com nossos pais. Aproveitamos muito melhor o tempo que antes perdíamos no trânsito, nos deslocando até as empresas e escritórios. Para encontrar o equilíbrio diante deste aparente caos precisaremos adaptar nossas casas para este “novo normal”, pois tudo o que estamos passando e aprendendo com a pandemia da COVID-19 mudou a forma como entendemos o mundo, as relações sociais e de trabalho. Acredito que nunca mais voltaremos ao modelo que vivíamos antes. Passado o susto inicial, precisamos olhar para nossas casas e entender o que precisa ser ajustado para que todas as atividades de trabalho, estudo, lazer e descanso possam acontecer, de forma que todos os moradores possam conviver e compartilhar suas rotinas em harmonia, aproveitando e potencializando tudo o que aprendemos de melhor nesse período. Encontrar um lugar na casa, que possa ser transformada em um escritório e potencializar sua produtividade no trabalho, mudar os móveis do quarto das crianças, instalando uma bancada onde elas possam estudar com tranquilidade, sem interferências das outras rotinas da casa, disponibilizar um local onde as crianças possam extravasar sua energia e brincar. Enfim, organizar as atividades, encontrando o espaço adequado para cada morador, sem deixar de lado as áreas de convívio e lazer. Não tenho dúvida de que neste momento, a forma como as casas são projetadas e organizadas terão um papel fundamental na mediação das relações familiares, sociais e de trabalho, ajudando a tornar a vida das pessoas mais fácil e tranquila. Adaptar nossas casas para esta realidade que já é atual é o melhor investimento que podemos fazer no momento, melhorando nossa qualidade de vida e potencializando o convívio familiar, fazendo de nossas casas lugares acolhedores, aconchegantes e seguros.

Ler post »
Um só lugar para tudo e para todos - Studio Universalis - Angélica Picceli
Arquitetura Residencial

Um só lugar pra tudo e para todos

A pandemia da covid-19 nos tirou da zona de conforto de uma hora pra outra, tornando a relação que temos com o nosso lar muito mais intensa. Do dia para noite fomos praticamente “expulsos” do nosso ambiente de trabalho, da nossa rotina na academia e de quase todos os afazeres diários para nos “exilarmos” dentro da nossa própria casa, transformando assim o ambiente que antes era um espaço para descanso no único lugar possível para vivermos. Assim como nós, as crianças também foram “expulsas” das escolas, e de repente, a casa que ficava movimentada somente às noites e aos finais de semana passou a ter uma vida agitada, cheia de gente e de atividades que antes ficavam do lado de fora da porta. Pensando nisto, revisitei alguns projetos antigos que me trouxeram várias ideias sobre como adaptar aquele quartinho, que serve de depósito, ou a varanda gourmet, que fica esquecida no dia a dia, em um ambiente adequado para você se concentrar, produzir e, principalmente, separar o trabalho da suas tarefas pessoais. Por estarmos em uma situação muito diferente do habitual, este tipo de espaço pode ser um recurso chave para manter a rotina que sempre tivemos. E pra fazer isso não precisa gastar muito, às vezes só uma mesinha e cadeira compradas pela internet já possibilitam criar um ambiente agradável e adequado para trabalhar e/ou estudar. Dentre os projetos que já criei, separei uma série de cinco possibilidades diferentes para te mostrar como realizar estas adaptações de maneira fácil, rápida e barata. Se precisar de suporte para fazer essas adaptações, me chame no WhatsApp (31) 98797-2392 que posso criar um projeto personalizado e totalmente online para você adaptar o que for preciso em seu lar. A partir da próxima terça-feira começarei a soltar estes conteúdos novos no Instagram, por isso fique ligado e siga a #studiouniversalis para receber o conteúdo mais rápido.

Ler post »
Um lar para vida toda - Studio Universalis - Angélica Picceli
Arquitetura Residencial

Um lar para a vida toda

Desde que iniciei na Arquitetura, sempre tive uma grande preocupação com a forma com que as pessoas iriam se relacionar com os ambientes ao longo da vida, sobre como que estes espaços poderiam se adaptar às suas necessidades, porque é muito comum que façamos escolhas pensando mais em aspectos estéticos do que funcionais. Quando decidimos comprar uma casa ou apartamento, isso normalmente representa uma conquista muito especial em nossas vidas, ainda mais no Brasil, em que o sonho da casa própria é um objetivo para a maior parte das famílias, que provavelmente irão habitar aquele lar por uma vida inteira. Por essa razão, ao escolhermos o lugar que servirá como nossa morada, precisamos considerar se ele permitirá que possamos adaptá-lo às necessidades que surgirão em nossas vidas como a chegada de um filho ou até mesmo a futura venda do imóvel, porque residências com plantas arquitetônicas adaptáveis possuem um valor de mercado mais elevado, devido a escassez de opções com essa característica e também ao crescente envelhecimento da população, que precisará de espaços cada vez mais amigáveis no dia a dia. Um outro fator importante a ser considerado é o custo envolvido para realizar possíveis intervenções ao longo do tempo, em uma residência que não possui uma planta que permita ser modificada facilmente, muitas vezes é mais caro adaptar do que reconstruir, por isso se decidir por um projeto do zero não deixe de considerar estes aspectos no planejamento, pois terá um impacto financeiro muito baixo na construção e ainda valorizará o seu imóvel no futuro. Caso você tenha interesse em saber mais a respeito desse tipo de projeto, esteja pensando em construir ou reformar, entre em contato comigo no WhatsApp (31) 98797-2392 que será um prazer te ajudar neste momento tão especial. E para se manter por dentro deste assunto, acompanhe os meus posts através da hashtag #studiouniversalis no Instagram ou confira outras publicações aqui no meu blog.

Ler post »
Acessibilidade em tudo para todos - Studio Universalis - Angélica Picceli
Arquitetura Residencial

Acessibilidade em tudo e para todos

Quando decidimos construir uma área gourmet ou instalar uma piscina em casa, geralmente pensamos no quanto aquele espaço irá fazer parte dos nossos momentos mais felizes junto com a família e amigos. É muito comum que, neste momento de euforia, a gente pense em todos que irão desfrutar destes espaços, mas dificilmente na maneira como eles vão interagir com os ambientes, se vão conseguir entrar e sair da piscina com facilidade ou se os degraus serão impeditivos na movimentação entre as áreas externa e interna da residência. Normalmente, quando os clientes me procuram pedindo por este tipo de projeto, raramente pensam na forma como seus pais, filhos e eles próprios vão usar os espaços ao longo da vida, já que tendem a ser utilizados por anos a fio, comumente, por uma vida inteira. Por isso, ao desenvolver um projeto, seja ele uma casa ou um espaço de lazer, sempre começo pelo entendimento de quem serão os usuários, quais suas características e desejos e o que eles precisam para viver de forma plena porque só assim é possível criar soluções que abracem todas as suas necessidades. O espaço físico ideal deve ser, em essência, acessível e inclusivo para garantir que todos os frequentadores utilizem o mesmo ambiente com total autonomia e segurança, desfrutando de uma experiência completa, independentemente das suas características. Ao pensar em projetar sua casa, escritório ou área de lazer, não deixe de considerar estes aspectos porque as pessoas devem vir em primeiro lugar, o desenvolvimento do projeto precisa partir do ser humano, pois só desta forma é possível que exista uma sinergia completa entre o lar e os seus moradores. Se precisar de ajuda para refletir sobre tudo isso, não deixe chamar no WhatsApp (31) 98797-2392, será um prazer te acompanhar nesse momento tão especial. E para se manter por dentro deste assunto, acompanhe os meus posts através da hashtag #studiouniversalis no Instagram ou confira outras publicações aqui no meu blog.

Ler post »
Convivência entre diferentes gerações - Studio Universalis - Angélica Picceli
Arquitetura Residencial

Convivência entre diferentes gerações

Morar em espaços acessíveis deve fazer parte dos planos de todas as famílias, uma vez que o envelhecimento populacional já é uma realidade em nossa sociedade. Casas construídas com projetos acessíveis garantem mais qualidade de vida, convivência harmoniosa entre gerações (avós e netos, por exemplo) e proporcionam autonomia para todos, independentemente da idade ou das condições físicas. As residências são locais repletos de vínculos afetivos e emocionais, e isso faz com que seja muito difícil para um idoso mudar-se de sua casa quando este espaço já não atende mais às suas necessidades, pois alí estão as suas lembranças e todas as suas referências de vida. Por isso, quando a necessidade da reforma ou de espaços novos acessíveis surge, filhos e netos precisam ter sensibilidade para enxergar o ambiente com características estéticas que agradem a seus pais, pois são eles quem ocuparão aquele lar. É preciso garantir que os idosos mantenham sua liberdade e autonomia dentro de suas próprias residências, e também as características que remetem às suas vivências e gostos pessoais. Para se manter por dentro deste assunto, acompanhe os meus posts através da hashtag #studiouniversalis no Instagram ou confira outras publicações aqui no blog.

Ler post »
Estilo e Acessibilidade em Plena Harmonia - Studio Universalis - Angélica Picceli
Arquitetura Residencial

Estilo e Acessibilidade em Plena Harmonia

Você vai construir ou reformar, mas tem receio de que a acessibilidade comprometa a estética da sua casa? Apesar do conceito de Design Universal ter surgido na década de 70, este assunto ainda não faz parte do cotidiano da maior parte da população. A principal ideia por trás deste tipo de abordagem é justamente permitir que pessoas com diferentes necessidades usufruam totalmente dos mesmos ambientes, independentemente de suas características físicas ou sensoriais. Para tornar isso possível, é necessário que o arquiteto responsável considere desde o início do planejamento quem irá fazer parte do dia a dia daquele ambiente e quais vão ser os principais desafios ao longo da vida porque um ambiente construído hoje, levando em consideração o Design Universal, poderá continuar funcional por muitos anos, garantindo qualidade de vida e economia financeira. Após definir quais serão as características necessárias para que o projeto se torne acessível aos moradores, o profissional poderá combinar os recursos de design, que serão adotados nos ambientes, com o estilo e gosto pessoal do cliente. Eu sei que para muitos isso pode parecer supérfluo, mas com o envelhecimento da população é necessário pensar neste aspecto também em caso de venda futura do imóvel, pois a cada dia que passa a demanda por residências com essas características só aumenta. Para se manter por dentro deste assunto, acompanhe os meus posts através da hashtag #studiouniversalis no instagram ou confira outras publicações aqui mesmo.

Ler post »
Acessibilidade

Cidadania e Inclusão: Os impactos do novo PL 6.159/19 no mercado de trabalho para pessoas com deficiência

No último dia 26 de novembro o Governo Federal apresentou um Projeto de Lei (PL 6.159/19) que ameaça a política de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A proposta, que tramita em regime de urgência, sugere que as empresas troquem a contratação de pessoas com deficiência pelo pagamento de uma multa no valor de dois salários mínimos, durante três meses. Além disso, permite a extinção de vagas existentes nas empresas de prestação de serviços terceirizados e temporários que atuem em órgãos públicos; entre outas medidas. É importante esclarecer que a obrigatoriedade de contratação de pessoas com deficiência por empresa com mais de 100 funcionários não é um “privilégio” para um determinado grupo da sociedade. Mas representa a equiparação ou a compensação de um desequilíbrio na competição por uma vaga de emprego, que impulsiona a inclusão social de um grupo que via de regra encontra-se em constante desvantagem em nossa sociedade. Segundo o IBGE, as pessoas com deficiência representam apenas 0,9% das carteiras assinadas no país e esta proposta do Governo Federal pode ajudar a derrubar ainda mais este número. Na contramão da Declaração Internacional dos Direitos da Pessoas com Deficiência e da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, o Projeto de Lei 159/19 visa favorecer empresas pouco comprometidas com responsabilidade social e ao mesmo tempo, pode representar um aumento de despesas para o Governo, uma vez que, com a diminuição das oportunidades no mercado de trabalho, as pessoas com deficiência tendem a ficar reféns dos benefícios da Previdência Social para sobreviver. Estimular a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, além de economia para os cofres públicos, também produz ganhos dentro das empresas. Estudos comprovam que a presença de pessoas com deficiência aumenta a produtividade e melhora o clima organizacional das empresas, além de alimentar uma imagem corporativa positiva perante o mercado e a concorrência. Os ganhos sociais são inúmeros e em todas as frentes: é vantajoso para a sociedade, para a empresa e para o governo. O que você acha dessa medida?

Ler post »
Acessibilidade

O que é deficiência? A nova interpretação do IBGE e seus impactos na sociedade.

De acordo com o Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), nosso país possui mais de 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que equivale a 24% da população. Recentemente, o IBGE divulgou uma releitura dos dados do Censo de 2010, utilizando a abordagem proposta pelo Grupo de Washington. Este grupo está subordinado à Comissão de Estatística das Nações Unidas e tem como objetivo padronizar definições, conceitos e metodologias para que seja possível efetuar comparações entre estatísticas de diferentes países. Nessa nova forma de interpretação dos dados o IBGE chegou ao número de 12,5 milhões de brasileiros com deficiência, ou seja, 6,7% da população. Para identificar as pessoas com deficiência, na pesquisa por amostragem de domicílios é investigado o grau de domínio que as pessoas possuem de suas funções centrais (ver, ouvir, movimentar-se, pensar, etc.), importantes na participação da vida em sociedade, de forma que os entrevistados respondem sobre suas dificuldades em relação a estas funções centrais, utilizando como parâmetro uma escala indicando possuir “nenhuma dificuldade”, “alguma dificuldade”, “muita dificuldade” ou “não consegue de modo algum”. Na leitura inicial dos dados, o IBGE considerou pessoa com deficiência os entrevistados que indicaram possuir alguma ou muita dificuldade e aqueles que não conseguia de modo algum ter o domínio de suas funções centrais. Nesta nova abordagem, foram consideradas pessoas com deficiência apenas aquelas que disseram ter muita dificuldade ou não conseguem de modo algum. Ou seja, a nota de corte está mais severa. Uma vez que estes indicadores são utilizados pelos estados e municípios no planejamento e nos investimentos em infraestrutura de mobilidade das cidades, podemos dizer que esta mudança afeta diretamente não somente às pessoas com deficiência, mas a todos os cidadãos. Além da preocupação gerada pelos dados do IBGE em relação à referência que representam na elaboração de políticas públicas de inclusão, fica a reflexão sobre a definição do conceito de pessoa com deficiência utilizada na metodologia empregada pelo IBGE, que me parece muito mais próxima do modelo médico de deficiência. Neste modelo, a deficiência é uma “patologia”, de forma que o corpo da pessoa possui funções físico, intelectual ou sensorial “fora dos padrões de normalidade”, imputando a deficiência unicamente à pessoa, tornando-a um “paciente” a espera de uma cura. Esta definição de deficiência não é mais utilizada desde a década de 80. Além disso, não converge com a Declaração Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da qual o Brasil é signatário, bem como a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, onde é utilizado o modelo social de deficiência. Neste modelo, a deficiência é um desajuste entre as habilidades potenciais de atuação em sociedade de cada pessoa e o suporte que o ambiente oferece para o desenvolvimento dessas habilidades. Neste modelo, a sociedade é responsável por providenciar os meios necessários para que todas as pessoas possam conviver e se desenvolver na sociedade, de forma equiparada e harmoniosa, independentemente de suas características físicas ou habilidades. Diante disso, fica a apreensão sobre os dados que temos para a realização do planejamento de nossas políticas públicas. Primeiramente, porque parecem não corresponder à realidade, visto que as perguntas para identificação do grupo “pessoas com deficiência” são subjetivas e baseadas em um modelo ultrapassado e que não condiz com os valores expressos em nossa legislação e em segundo lugar, porque a análise sugerida pela nova metodologia utilizada pelo IBGE dá margem para um planejamento de políticas públicas possivelmente distorcidas e que não atendem aos anseios e à necessidade da população. Que tal participar deste debate e acompanhar de perto estas medidas?

Ler post »
Acessibilidade Ambiental e Inclusão de Pessoas Com Deficiência Como Diferencial Competitivo no Mundo dos Negócios
Acessibilidade

Acessibilidade Ambiental e Inclusão de Pessoas Com Deficiência Como Diferencial Competitivo no Mundo dos Negócios

Adequar os espaços físicos empresariais de acordo com as normas e leis orientadas para a acessibilidade ambiental pode parecer um desafio e tanto para a maior parte dos empresários por diversas razões, entre elas o custo financeiro necessário para implementação e, principalmente, a falta de profissionais interessados e/ou especializados em desenvolver projetos arquitetônicos que combinem os aspectos funcionais e estéticos necessários com a acessibilidade ambiental para inclusão de todos os cidadãos. Ultimamente tenho sido procurada por diversas empresas que estão querendo desenvolver projetos de adequação para acessibilidade ambiental em suas áreas de escritório, principalmente por conta da força da legislação e da atuação firme do Ministério Público e do Ministério do Trabalho em Belo Horizonte, que não tem dado trégua para o empresariado local, visando especialmente o segmento de bares e restaurantes. No entanto, para grande parte dos clientes que me demandam esse tipo de serviço, ainda é difícil conseguir enxergar o custo/benefício positivo envolvido neste tipo de investimento porque pouco se fala em inclusão no Brasil, menos ainda em oportunidades no mundo de negócios para empresas inclusivas. Por atuar especificamente neste segmento da arquitetura há quase uma década, separei diversos pontos relevantes que devem ser considerados ao avaliar estrategicamente um investimento como este em seu negócio: ACESSIBILIDADE AMBIENTAL É SIM UMA GRANDE VANTAGEM COMPETITIVA Segundo o último censo do IBGE, temos no Brasil mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Adicione a este número a população de pessoas com mais de 60 anos, com uma crescente expectativa de longevidade. Temos assim um enorme grupo de consumidores e clientes que podem ser atendidos pela sua empresa, desde que ela esteja preparada para eles, e que só tende a crescer. ACESSIBILIDADE AMBIENTAL POSSIBILITA UMA MELHORA NO CLIMA ORGANIZACIONAL Várias pesquisas indicam que em empresas onde a acessibilidade ambiental foi implantada houve uma evolução positiva no clima organizacional, tanto pela valorização da diversidade na inclusão de pessoas com deficiência quanto pela percepção do cuidado que a empresa demonstra com o seu recurso mais valioso: as pessoas. A melhora do clima organizacional também é decorrente de outro benefício da implantação da acessibilidade ambiental: a diminuição de barreiras de comportamentos e preconceitos, facilitando desta forma o aprendizado coletivo e individual. ACESSIBILIDADE AMBIENTAL DIMINUI BARREIRAS DE COMPORTAMENTO E PRECONCEITOS SOBRE AS DIFERENÇAS Ambientes acessíveis permitem que pessoas com diferentes características e necessidades individuais possam conviver, interagir e apreender umas com as outras, ampliando os horizontes e a percepção de todos os indivíduos, eliminando-se preconceitos que antes existiam por mera falta de informação ou desconhecimento sobre as necessidades de uma pessoa para outra. ACESSIBILIDADE AMBIENTAL AUMENTA A PRODUTIVIDADE E O ENGAJAMENTO DOS COLABORADORES Empresas que adequam sua estrutura física e adotam ações para promoverem a inclusão de pessoas com deficiência em seus quadros de funcionários demonstram sua responsabilidade social e seu cuidado com o colaborador. Estas iniciativas são percebidas de forma muito positiva, de forma que os colaboradores se sentem valorizados e orgulhosos de fazerem parte da empresa. Esse sentimento tende a se refletir no engajamento e no envolvimento da equipe com a empresa e sua marca. Além de enriquecedor, o convívio com pessoas com deficiência tende a ampliar os limites individuais de cada um, de forma que as pessoas se sentem inspiradas e motivadas pela força de vontade e garra das pessoas que apesar das deficiências estão ali desempenhando papéis semelhantes, gerando um aumento sensível de produtividade. ACESSIBILIDADE AMBIENTAL PROMOVE UM AUMENTO NA PERCEPÇÃO DE VALOR DA MARCA Empresas cujas instalações físicas são acessíveis tem uma imagem corporativa muito positiva e valorizada perante o mercado e seus consumidores, pois podem sustentar a bandeira de que são socialmente responsáveis e inclusivas, que valorizam as diferenças, e que respeitam seus colaboradores e clientes, valores estes extremamente importantes na sociedade hoje em dia, com consumidores cada dia mais exigentes com as empresas com as quais costumam se relacionar em seu cotidiano. Entretanto, muito mais importante do que apenas atender à legislação por força de lei para evitar multas pesadas, ter instalações físicas acessíveis é sem dúvida um excelente investimento no médio e longo prazo, pois cada centavo aplicado nas obras de adequação retornará de forma consistente através da ampliação da carteira de clientes e/ou consumidores, que por sua vez promoverá também um incremento no engajamento da equipe e este será refletido diretamente no aumento da produtividade e no ganho individual e social que cada um produz. Por fim, empresas socialmente responsáveis inspiram seus clientes a se tornarem pessoas melhores a cada dia, desenvolvendo uma relação de confiança e respeito que cria uma vantagem competitiva capaz de destacá-las perante a concorrência. Se você quiser colaborar com a discussão ou saber mais a respeito, me envie um e-mail com suas dúvidas ou sugestões. Até a próxima e obrigado por ter lido até aqui!

Ler post »
Bares e Restaurantes Inclusivos Um Nicho a Ser Explorado
Bares e restaurantes

Bares e Restaurantes Inclusivos Um Nicho a Ser Explorado

Não é à toa que o tema “Inclusão” tem estado em pauta com frequência recentemente. Afinal, somos cerca de 45 milhões de brasileiros que se declaram com algum tipo de deficiência. E com o crescente envelhecimento populacional e o aumento da expetativa de vida das pessoas, as projeções indicam que até 2040 metade da população terá mais de 50 anos. Cada vez mais ativo, este público tem buscado um estilo de vida independente e moderno, demandando por infraestrutura, produtos e serviços que sejam capazes de atender às suas necessidades. Muito mais do que suprir a necessidade de alimentação, quando escolhemos um bar ou restaurante, estamos buscando uma experiência. Isso é comum à todas as pessoas. Entretanto, bares e restaurantes que pretendam ser inclusivos, aumentando seu alcance de público, precisam ter seu ambiente e seu pessoal preparados para estes clientes. Vou listar abaixo alguns tópicos que são essenciais para um estabelecimento inclusivo: ELIMINE AS BARREIRAS ARQUITETÔNICAS Um dos principais motivos que fazem os idosos quererem ficar em casa é a dificuldade em se locomover e o medo das quedas. Por isso, tanto nos acessos quanto dentro dos estabelecimentos, elimine os degraus e outros elementos que possam causar tropeções (como tapetes e capachos, por exemplo). Disponibilizar barras de apoio para que seu cliente possa eventualmente se apoiar no caso de perda de equilíbrio torna os caminhos fáceis e seguros. É importantíssimo ter rotas acessíveis, que são o trajeto a partir da rua, com corredores largos e livre de barreiras para que seu cliente possa chegar às mesas, balcões, sanitários e outras facilidades de forma segura tranquila. DIMINUA OS ESFORÇOS Aquele percurso relativamente longo que para os mais jovens é fácil de fazer, para as pessoas com dificuldade de locomoção pode ser bastante cansativo. Disponibilizar bancos e áreas de descanso, diminuindo as distâncias pode ser uma excelente estratégia de acolhimento. É imprescindível disponibilizar vagas de estacionamento reservado para este público o mais próximo possível da entrada do estabelecimento. MESAS E BALCÕES ACESSÍVEIS O ideal é que todas as mesas no salão sejam acessíveis, criando um ambiente de igualdade para todos os clientes. Mas, se isso não for possível, as mesas de refeição acessíveis devem estar identificadas e localizadas na rota acessível, preferencialmente distribuídas por locais variados do salão. Balcões de atendimento devem permitir a visualização de pessoas de várias alturas, sentadas ou em pé, com espaço suficiente para aproximação de pessoas em cadeira de rodas. No caso dos balcões de autosserviço, muito comuns em restaurantes do tipo self-service, a altura dos mesmos deve ser entre 75 e 85 cm, com apoio para as bandejas, para facilitar que idosos, pessoas com deficiência nos membros superiores, pessoas em cadeiras de roda e também as crianças possam se servir com segurança e autonomia. CUIDADO COM A ILUMINAÇÃO Uma iluminação mais intimista e relaxante é tendência de decoração para bares e restaurantes, pois cria um clima mais aconchegante e torna o visual dos pratos mais atrativo. Porém, tome cuidado com acessos pouco iluminados, pois podem causar acidentes e até mesmo uma sensação de mal-estar nas pessoas com baixa visão. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS ADEQUADAS Manter o cliente dentro do estabelecimento consumindo por mais tempo pode ser uma excelente estratégia para aumentar o ticket médio. Para isso é necessário ter instalações sanitárias acessíveis, que além de atenderem a todos os tipos de pessoas, são mais confortáveis por possuírem mais espaço para movimentação. É importante não se esquecer que banheiros acessíveis também devem ter um trocador para auxiliar as famílias com bebês. MELHORE A SINALIZAÇÃO E A COMUNICAÇÃO A sinalização é um elemento extremamente importante, pois auxilia a todas as pessoas a se orientarem nos ambientes. Normalmente associamos a sinalização com a comunicação visual escrita, porém, considerando que nem todo mundo enxerga com os olhos, é importante que seja previsto sempre mais de uma forma de sinalização. A norma técnica de acessibilidade pede que se utilize pelo menos duas formas associadas. Por exemplo: placas com texto em alto relevo e texto em braile, ou sinalização com texto e sinalização sonora. O importante é que a informação esteja sempre clara e objetiva. E por falar em comunicação, não podemos nos esquecer dos cardápios! Atenção com o tamanho das letras, pois com a idade nossa visão tende a diminuir. Também é importante disponibilizar o cardápio em braile (obrigatório por lei), texto em alto relevo, ou ainda em tablets com aplicativos para cardápio “falado”, pois nem todos os cegos sabem ser braile. Pessoas com deficiência auditiva precisam de um atendimento diferenciado em termos de comunicação. Algumas conseguem ler os lábios do outro, mas para isso acontecer é preciso estar de frente para a pessoa e o outro tem de falar pausadamente. Para o atendimento deste público, seria muito interessante que um dos funcionários possa se comunicar em Libras (Língua Brasileira de Sinais), porém, na falta desta pessoa, papel e caneta e uma boa dose de boa vontade podem ajudar. TREINE SEU PESSOAL A capacitação da equipe de atendimento é de extrema importância para que se possa dar um tratamento igualitário para todas as pessoas. Muitas vezes temos dificuldades em nos colocar na pele do outro e entender que cada um de nós tem as suas necessidades. Porém, com informação e treinamento é possível criar procedimentos sistematizados orientados para o cliente, proporcionando experiências incrivelmente diferenciadas não somente para aqueles clientes que possuem uma deficiência, mas para todas as pessoas. Mais do que simplesmente atender à legislação vigente, uma vez que o Estatuto da Pessoa com Deficiência obriga a existência de acessibilidade ambiental nos locais de uso público e coletivo, ser um estabelecimento inclusivo produz uma imagem extremamente positiva junto ao mercado, agregando valor ao negócio.

Ler post »