É extremamente interessante olhar para os desafios que projetar de espaços nos colocam diariamente e perceber que os conceitos de arquitetura inclusiva e acessibilidade ambiental tem aplicações cada vez mais alinhadas com as necessidades de todas as pessoas e da sociedade em geral.
A pandemia está obrigando as pessoas a se questionarem sobre a qualidade dos espaços em que vivemos. A alta transmissibilidade de doenças infectocontagiosas como a COVID-19 em lugares fechados, mal ventilados e com alta lotação de pessoas joga luz sobre a forma como estamos construindo e ocupando os espaços.
Em bares e restaurantes, por exemplo, essa situação fica muito evidente: com alta concentração de mesas e muitas vezes pouquíssima ou nenhuma ventilação natural, estes ambientes tornam-se um risco potencial à saúde das pessoas em momentos como o que estamos vivendo, expondo a necessidade urgente de repensarmos a forma como estes estabelecimentos são projetados e construídos.
Quando pensamos nestes lugares dentro do conceito de arquitetura inclusiva, considerando-se espaços mais amplos e adequados para que pessoas com as mais diversas habilidades e características físico-sensoriais possam utilizá-los, automaticamente temos como resultado lugares com melhor qualidade ambiental, espaços mais flexíveis e que se encaixam facilmente nas demandas atuais de distanciamento social, viabilizando juntamente com os cuidados de proteção individual (uso de máscaras e higiene das mãos), o convívio social entre as pessoas.
Diante da realidade imposta pelo “novo normal”, construir espaços com arquitetura inclusiva se afirma como uma necessidade de toda a sociedade, pois seus benefícios impactam diretamente na qualidade de vida de todos e na sustentabilidade e sobrevivência de do comércio, da indústria, das escolas, enfim, de todas as atividades onde a presença das pessoas é fundamental.