Todo mundo concorda que um cliente satisfeito é um cliente que volta. Certo?
E como clientes, gostamos de comprar em lojas que nos oferecem conforto, comodidade e segurança. É muito agradável ir um estabelecimento onde o acesso é fácil e onde podemos caminhar pelos corredores com tranquilidade sem medo de esbarrar e derrubar os produtos que estão expostos, não é mesmo?
E o que dizer da sensação de parar em frente aos expositores e conseguir pegar aquilo que você quer sem precisar chamar o funcionário da loja para te ajudar, afinal, você quer ter tranquilidade para olhar o produto e comparar as opções disponíveis?
Ou o contrário: ter uma pessoa para te atender, bem treinada para se comunicar com você da maneira que você entende, com cordialidade, empatia e respeito, capaz de te ajudar a fazer uma compra consciente e te conduzir para uma experiência de consumo personalizada e totalmente diferenciada.
Com certeza damos preferência a estabelecimentos que privilegiam uma boa experiência de compra, onde nos sentimos confortáveis e respeitados. E é assim que algumas marcas conseguem fidelizar os seus clientes, concordam?
Agora, eu gostaria que vocês prestassem atenção a estes números:
- Segundo o IBGE, no Brasil existem mais de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência (isso representa 25% da nossa população);
- O Brasil possui mais de 28 milhões de pessoas com mais de 60 anos, ou seja, 13% da nossa população, e de acordo com o IBGE esse número deve dobrar nas próximas décadas.
Somando-se o grupo das pessoas com deficiência com o grupo das pessoas com mobilidade reduzida teremos 73 milhões de brasileiros. Pergunto: parece pouco para vocês? Vocês acham que este grupo é pequeno? (A população da Itália inteira está em torno de 59 milhões de pessoas).
Sim! A população de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida no Brasil é muito grande e podemos incluir ainda no grupo das pessoas com mobilidade reduzida as gestantes, os obesos e as pessoas com mobilidade reduzida temporária.
Uma pesquisa do SEBRAE/SP indicou que 50% das pessoas com deficiência são economicamente ativas e junto com a população de idosos formam um grande mercado consumidor ávido por produtos, serviços e experiências que atendam às suas necessidades.
A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a Toluna realizou um estudo sobre os hábitos de consumo das pessoas com deficiência, que indicou que para este público a acessibilidade tem grande relevância. Aspectos como o acesso à loja, facilidade de deslocamento dentro da loja, acesso fácil aos produtos e atendimento adequado são fatores decisivos de compra para mais de 80% deste grupo.
É importante ressaltar que espaços acessíveis trazem benefícios para todas as pessoas. Espaços mais amplos e confortáveis podem melhorar a experiência de compra de todos os clientes e aumentar potencialmente o público-alvo do negócio.
Quando existe acessibilidade na estrutura física das lojas, além de atender um público maior, com a possibilidade de um aumento de até 40% nas vendas (segundo estudo do Sebrae/SP), as empresas passam a oferecer condições adequadas para a contratação de pessoas com deficiência, tornando-se realmente inclusivas também em sua operação.
Além de mais consumidores e mais vendas, acessibilidade e inclusão contribuem para a melhora do clima entre os funcionários, criando engajamento e aumentando a produtividade.
Acessibilidade e inclusão não é um modismo. Muito mais do que atender à legislação sobre a disponibilização de espaços acessíveis, é um dever das empresas.
Clientes cada vez mais exigentes e antenados têm exigido uma postura mais responsável das empresas em relação às questões sociais e conseguem perceber maior valor nestas marcas, concordando muitas vezes em pagar mais por produtos, serviços e experiências que sejam condizentes com os valores em que acreditam.
E como é a sua loja? Você já está preparado para esse público-consumidor?