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Após mais de 120 dias de fechamento, e as perspectivas de reabertura de bares e restaurantes, a pergunta que me vem na cabeça é: como será?

A reabertura gradual que está se desenhando certamente trará grandes desafios para os empresários do setor, tais como a sustentabilidade financeira do negócio e a segurança sanitária de funcionários e clientes. O funcionamento neste novo cenário será um grande aprendizado para todos, e há grande probabilidade de que, à medida em que as atividades do setor voltem, serão necessários ajustes tanto nos protocolos sanitários instituídos, quanto na forma de operação dos estabelecimentos.

Bares e restaurantes são muito mais do que um lugar onde podemos comprar comida, eles oferecem uma experiência aliada à alimentação: a experiência da confraternização, da celebração, ou ainda experiências sensoriais e de bem estar pelo ambiente.

E é justamente na experiência do cliente que reside mais um desafio que os empresários do setor precisarão encarar: Como deve ser o ambiente para que as pessoas se sintam seguras e confortáveis para sair de casa para comer fora?
Mais do que adotar as medidas do protocolo sanitário para garantir a higiene e o distanciamento social, os ambientes precisarão ser trabalhados para que comuniquem ao usuário que aquele lugar é seguro, que ele pode permanecer ali despreocupado porque tudo foi preparado e pensado para que a experiência dele seja a melhor possível.

Os empresários que conseguirem compreender as novas necessidades, dores e anseios que surgiram nas pessoas para que possamos projetar uma experiência adequada certamente passarão por esta crise e sairão dela fortalecidos.
Além de oferecer boa gastronomia e um ambiente agradável, será necessário conquistar a confiança dos clientes.

Neste sentido a arquitetura inclusiva pode ajudar com as soluções para os espaços de bares e restaurantes dentro deste novo cenário. Pautada na filosofia do Design Universal, projetos de arquitetura inclusiva são desenvolvidos com foco no usuário e sua experiência nos ambientes, buscando soluções que possam atender ao maior número de pessoas possível, independente das características físicas ou sensoriais das pessoas. É uma forma de pensar o espaço que pode ser facilmente conciliada com as novas necessidades sanitárias para os ambientes, agregando conveniência, bem estar e conforto, além de possibilitar a convivência segura e saudável para todas as pessoas.

Outro aspecto importante de se destacar com relação à configuração espacial de bares e restaurantes é que ela deverá favorecer o controle da capacidade de atendimento, além de direcionar o comportamento das pessoas, seja no salão ou nas calçadas, pois está delegado ao estabelecimento a responsabilidade por evitar aglomerações e garantir o distanciamento social necessário. Este controle é facilitado quando o cliente consegue compreender intuitivamente quais são as regras através da percepção e leitura do ambiente. Fica muito mais fácil, leve e agradável se os funcionários do estabelecimento não precisarem “chamar a atenção” dos clientes para as regras, pois elas já estão explícitas e facilmente perceptíveis na forma e no design do lugar.

É certo que estamos ansiosos para frequentar novamente esses lugares que normalmente estão associados à momentos felizes, de socialização e de festa. Se cada um fizer a sua parte, se esforçando para cumprir as regras que nos mantém seguros e saudáveis, chegaremos mais rápido a este dia. Afinal, acredito que no final das contas, todos temos o mesmo desejo: viver e festejar! Se for em um lugar incrível, com boa comida e muitos amigos, melhor ainda!

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