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Fotografia da inauguração do Projeto Pelô Acessível. A imagem lateral mostra, de forma aproximada, um homem em cadeira de rodas atravessando a passarela acessível instalada no Pelourinho. O homem usa uma camisa listrada verde e calças jeans. À sua frente, uma mulher em cadeira de rodas também atravessa a passarela. A frente da imagem, caixa de texto laranja com texto branco escrito "Turismo e patrimônio histórico", seguida por caixa branca com texto preto, escrito "Como a acessibilidade pode estimular o aumento de demanda no setor turístico". Nas laterais da imagem, elementos que representam piso tátil aparecem em laranja.
Acessibilidade

Turismo e patrimônio histórico: como a acessibilidade pode estimular o aumento de demanda no setor turístico

Com o avanço da vacinação e as perspectivas positivas para o turismo nacional no ano de 2022, as pessoas já começam a preparar suas viagens planejando os roteiros e programações. Neste momento pesquisamos os melhores hotéis, pousadas e também os espaços culturais e atrações que iremos acompanhar, fazendo planos para aproveitar o período da melhor forma possível. Estas experiências e relações com os espaços são importantíssimas na vida de todos, afinal, os lugares com os quais as pessoas têm contato possuem forte influência sobre suas vidas. No entanto, inúmeros são os equipamentos culturais e de lazer que não podem ser utilizados por todas as pessoas: espaços em más condições de acesso e circulação, que não possuem acessibilidade, acabam por impossibilitar que idosos e pessoas com deficiências e/ou mobilidade reduzida os visitem.   Mas por quê a acessibilidade em patrimônios históricos é importante? Laura Martins, criadora do blog Cadeira Voadora, comentou na live que realizamos no Mês da Acessibilidade:  “Quando tiramos da pessoa com deficiência a oportunidade de frequentar os mais diversos lugares, onde ela pode aprender, onde ela pode conhecer outras visões de mundo, a gente está tirando muito mais do que a gente pensa… a gente está tirando a possibilidade de formar personalidades”.  Laura Martins, blogueira e escritora Espaços acessíveis garantem o acesso à história, cultura, à arte e muitos outros elementos essenciais para a construção de nossas identidades. Muitos destes espaços são patrimônios tombados, mas isso não pode ser um impedimento para que haja acessibilidade, dada sua importância social. As intervenções que buscam promover a acessibilidade e melhor mobilidade nos patrimônios tombados têm impacto positivo de grande alcance, qualificando estes espaços e valorizando a circulação de pessoas, aumentando o uso desses equipamentos e favorecendo o contato com elementos culturais importantes para a identidade regional e nacional.   Acessibilidade e patrimônio – marcos legais que devem ser cumpridos De acordo com o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial do país, discutir sobre a mobilidade e acessibilidade em áreas tombadas é essencial na gestão do patrimônio, pois, ainda que o país possua uma legislação bem delineada sobre as questões de acessibilidade nos espaços, há muito o que se feito para garantir que as leis sejam cumpridas. O principal desafio é fazer cumprir estas regulamentações e realizar as intervenções necessárias para garantir o acesso de todas as pessoas de forma conjunta à preservação do espaço. Para que as medidas sejam compatíveis, devem ser planejadas e realizadas de forma a manter as características do patrimônio. Para isso, arquitetos especializados devem fornecer as orientações necessárias para garantir a acessibilidade e melhor mobilidade nos conjuntos urbanos tombados de forma preservar sua estrutura.   O que pode ser feito em relação à acessibilidade nestes ambientes? Para que as ações sejam compatíveis, devem ser planejadas e realizadas de forma que não produzam descaracterização do patrimônio cultural. O Brasil é referência nas leis de acessibilidade, e, no entanto, há muito que ser melhorado em relação às ações de acessibilidade nestes espaços.  Cabe ressaltar que a acessibilidade deve ser pensada de forma interdisciplinar, pois é um conceito que, como destacamos em outros materiais aqui no blog, envolve diversas dimensões. É preciso pensar no deslocamento até chegar ao espaço cultural, como ônibus com plataforma elevatória, calçadas adequadas, com rebaixamentos para proporcionar o acesso ao espaço e também proporcionar uma sinalização e comunicação completa e adequada para que todos consigam chegar às atrações turísticas. O fato de o prédio ser tombado não pode ser impedimento para a adoção de soluções de acessibilidade, pois diversas são as possibilidades que podem ser utilizadas de acordo com a estrutura do patrimônio, para torná-lo mais acessível. Algumas alternativas podem auxiliar para tornar o espaço mais acessível para todas as pessoas, como: Se há mesas, bancadas ou balcões no ambiente, estes devem ter altura adequada para que pessoas sentadas ou em pé consigam utilizá-los. Os ambientes devem ter amplo espaço de circulação e ser bem iluminados. Plataformas elevatórias podem ser utilizadas para ambientes com escadas ou desníveis no piso. Espaços anexos são ótimas soluções para a instalação das plataformas elevatórias caso a estrutura do patrimônio seja limitante. Banheiros acessíveis com amplo espaço, barras de apoio e  peças sanitárias adequadas. Em relação às exposições e demais elementos culturais, é importante pensar na sua percepção sempre por mais de um sentido: o uso de escrita tátil em Braille, de audiodescrição e obras em alto relevo são essenciais para que o maior número possível de pessoas consiga ter acesso aos equipamentos. Em relação à comunicação, a presença de intérpretes de LIBRAS e o uso de legendas em peças audiovisuais também são essenciais.   É importante que o site também seja acessível pois, antes de ir até o destino, as pessoas buscam informações na internet. O acesso à informação é fundamental e, por isso, a construção do site e a organização dos conteúdos precisa ser acessível, para que quem deseja visitar o espaço compreenda as informações. É importante também explicitar qual o nível de acessibilidade daquele espaço, se possui meia entrada para pessoa com deficiência e seu acompanhante, por exemplo, e também se existem equipamentos de áudio ou comunicação tátil. Por conta da complexidade e dos diversos níveis de acessibilidade, é muito difícil encontrar equipamentos de lazer e patrimônios culturais que sejam completamente acessíveis. Este é um processo que deve ser planejado com a orientação de profissionais especializados e alguns lugares conseguem chegar muito próximos ao nível ideal.   Pelourinho, um exemplo em solo brasileiro Um exemplo positivo é o Pelourinho, em Salvador – BA. O conjunto urbanístico e arquitetônico no centro histórico de Salvador foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco em 1985 e em 2012 passou pelo Projeto “Pelô Acessível”, que estabeleceu uma rota acessível no local. Dentre as intervenções no espaço, foi promovido o alargamento de calçadas, de forma a contemplarem a legislação brasileira, passarelas e travessias para cruzar a rua, recuperação e nivelamento de ruas e construção de rampas

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Fotografia de poste metálico com o símbolo internacional do acesso em azul sobre fundo branco. Atrás ao poste, uma superfície de vidro reflete a figura de uma mulher empurrando um carrinho de bebê. A frente da imagem, caixa de texto laranja com texto branco escrito "Acessibilidade e espaços urbanos", seguida por caixa branca com texto preto, escrito "Mais oportunidades com cidades mais inclusivas.". Nas laterais da imagem, elementos que representam piso tátil aparecem em laranja.
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Acessibilidade e espaços urbanos: mais oportunidades com cidades mais inclusivas

De acordo com a legislação brasileira, é necessário garantir o acesso de todas as pessoas à educação, saúde, trabalho, esporte, cultura e infraestrutura urbana, tanto em espaços públicos quanto privados. No dia a dia, ao transitar pelas calçadas nos deparamos com uma estrutura muitas vezes comprometida, falta de acessibilidade e poucos espaços para deslocamento. Além de afetar a paisagem da cidade, é algo que pode causar diversos transtornos para qualquer pessoa. De acordo com a Constituição Federal, no geral, o proprietário do imóvel, residencial ou comercial, é o responsável pela reforma e conservação das calçadas. Ao poder público, cabe a fiscalização e a conservação da via pública.   Mas por que a acessibilidade em espaços públicos é importante? Espaços urbanos bem cuidados e acessíveis facilitam o dia a dia de todas as pessoas. A acessibilidade em espaços urbanos propõe um olhar sobre a facilidade com que cada pessoa consegue se deslocar pela cidade para fazer o que deseja ou precisa. Está, portanto, ligada às oportunidades disponíveis a todas as pessoas: espaços e transportes urbanos em condições adequadas permitem que a  população tenha a seu alcance educação, oportunidades de trabalho, lazer, cultura, enfim, todas as possibilidades que a cidade oferece. Ao ampliar o número de pessoas com acesso aos equipamentos de lazer e estabelecimentos comerciais, paisagens urbanas acessíveis favorecem o desenvolvimento da cidade como um todo, inclusive impactando na atividade turística, proporcionando aos visitantes e moradores uma experiência mais agradável e acolhedora. Quando falamos de turismo, muitas pessoas podem pensar apenas em pontos consagrados como atrações turísticas, e muitas vezes não percebem a importância dos espaços urbanos para a construção de um ambiente atrativo. Ruas, calçadas, parques, praças e até mesmo pontos de ônibus e outros transportes coletivos podem se tornar fatores positivos e até impulsionar a atividade turística. O setor do turismo estima um crescimento significativo para o ano de 2022, e as viagens dentro do país se mostram como as principais tendências de destino. Pensar no deslocamento e acesso aos espaços é ponto chave para ampliar essas possibilidades. E não é apenas a instalação de uma rampa, que tornará a acessibilidade possível. Para cidades mais acessíveis, é preciso o planejamento dos espaços a partir das pessoas e dos possíveis usos que poderão fazer de todos ambientes – sejam eles ambientes urbanos tais como parques, praças e as ruas, ou ainda os prédios públicos e privados. De acordo com o ranking Connected Smart Cities 2021, as cidades brasileiras com melhor mobilidade urbana são São Paulo (SP), seguida por Florianópolis (SC) e Curitiba (PR). A capital paulista possui meios de transporte públicos e não-públicos com os serviços básicos de acessibilidade, como ônibus com elevadores para transportar cadeiras de rodas e táxis com bagageiros maiores para caber a cadeira. Como Laura Martins escreve em seu blog, o Cadeira Voadora, é preciso que todos compreendam a importância de se projetar espaços acessíveis, para que o projeto e a implantação destas soluções sejam realmente efetivas. Não raro, encontramos soluções de acessibilidade que parecem adequadas, mas que na realidade não são. Laura exemplifica este tipo de situação com o caso de uma “faixa de pedestre acessível” que não garante a travessia segura para todas as pessoas. Você pode saber mais sobre esse caso lendo a matéria no blog Cadeira Voadora, basta clicar aqui.   Como podem ser pensadas as soluções de acessibilidade para cidades mais inclusivas? A seguir, apresentamos algumas sugestões que podem tornar as cidades mais inclusivas e aconchegantes, proporcionando acessibilidade para fomentar todas as suas atividades, e, em especial, o turismo. Calçadas largas, regulares e com piso em boas condições minimizam o risco de quedas e facilitam a circulação de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.   O rebaixamento da calçada  junto às faixas de travessia de pedestres é outro elemento importante para melhorar as condições de acesso e locomoção.   A faixa de pedestres deve estar em boas condições, com o piso regular. O semáforo deve ser bem sinalizado, de preferência fazendo o uso de dispositivos sonoros; Outro ponto muito importante é que o semáforo deve possuir tempo suficiente para permitir a travessia segura de todas as pessoas.   Piso tátil instalado corretamente, para indicar o caminho a ser percorrido e também rebaixamentos em calçadas, obstáculos sobre o passeio, plataformas e quaisquer desníveis.    Estas são algumas das inúmeras ações para tornar os espaços urbanos mais acessíveis. É necessário adaptar a paisagem das cidades para que a vida social seja funcional e confortável e para tornar o espaço urbano mais agradável a todas as pessoas.  Cabe ressaltar, também, que espaços públicos e privados têm a responsabilidade de permitir o uso e acesso de todas as pessoas a seus ambientes, e todos nós podemos contribuir para a manutenção e também fiscalização destes espaços junto às prefeituras. É a integração entre os âmbitos públicos e privados que garante espaços mais inclusivos. Por isso, é importante que todos participem deste processo, pois cidades mais acessíveis são mais confortáveis para todas as pessoas e possibilitam o desenvolvimento humano e também econômico. Conte com profissionais especializados para fornecer soluções arquitetônicas capazes de potencializar essa integração e construir espaços funcionais, únicos e adequados às demandas de acessibilidade. Agende um horário com Angélica Picceli, especialista em Arquitetura Acessível do Studio Universalis, através do e-mail contato@studiouniversalis.com.br ou pelo WhatsApp (31) 98797-2392.

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Acessibilidade

Acessibilidade e turismo: como os espaços influenciam a experiência do consumidor

Com a aproximação do final de ano, o período de férias de verão passa a ser um dos focos dos empreendedores de todo o país. À medida que as pessoas começam a planejar suas viagens, os comerciantes buscam alternativas para inovar e atender da melhor forma possível seus consumidores. A estimativa para o turismo nesta temporada de 2021-2022 é de início de recuperação, já que, durante a pandemia, o setor tem sido bastante prejudicado. De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae, a atividade turística deve voltar ao faturamento nos mesmo patamares pré-pandemia, em 2022. A retomada do turismo será gradual e terá como principal foco o turismo doméstico, como aponta Leonel Andrade, presidente da CVC, maior empresa do turismo no Brasil. O Brasil possui dimensões continentais e, neste cenário, há uma variedade de lugares a serem explorados na atividade turística tanto nesta, quanto nas próximas temporadas. Com um grande número de pessoas vacinadas, os espaços começam a operar com maior capacidade de público e as pessoas sentem-se mais seguras em viajar e conhecer novos lugares. As pessoas, que passaram 2020 e 2021 muitas vezes sem poder viajar, estão aguardando este momento com ansiedade para aproveitar suas férias. Com uma demanda mais elevada, a concorrência está atenta para oferecer o melhor serviço e conquistar os clientes turistas, para que voltem mais vezes aos seus estabelecimentos. Por isso, investir em soluções para prover a acessibilidade nos estabelecimentos comerciais é, além de uma obrigação exigida por lei, um diferencial competitivo muito forte, que pode fazer com que o estabelecimento se destaque no mercado e atrair um segmento do mercado consumidor que possui pouquíssimas opções para usufruir em suas férias. A acessibilidade nos espaços não influencia apenas a experiência de pessoas com deficiência, mas de todas as pessoas: com mobilidade reduzida, idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo ou carrinhos de bebê. Ao projetar ou adaptar espaços para torná-los mais acessíveis, você passa a atender melhor a todos os públicos, ampliando, também, suas possibilidades de faturamento e a experiência e satisfação de seus consumidores. Ambientes projetados para serem acessíveis facilitam, claro, sua utilização, mas também fornecem mais conforto e segurança para todas as pessoas que forem utilizá-los. Como comentamos em outros materiais aqui no blog, a acessibilidade tem papel estratégico em espaços comerciais e é capaz de promover experiências imersivas e envolventes para os clientes. E as vivências positivas com uma marca ou empresa são capazes de potencializar os níveis de lealdade para 70% dos clientes, de acordo com estudo realizado pela Vonage. Para 65% dos pesquisados, estas experiências são o suficiente para que recomendem o serviço. Além disso, uma pesquisa global da empresa Deloitte mostrou, ainda, que a experiência do consumidor é fator decisivo para que este esteja disposto a pagar mais por um produto ou serviço – 86% dos respondentes. Com a forte presença das redes sociais, ambientes positivos e agradáveis também aumentam a possibilidade de compartilhamento de registros, indicações online e potencializam a presença da marca. E espaços acessíveis e inclusivos, além de ações de responsabilidade social, caracterizam-se como uma oportunidade de ampliação de mercado. Se você está pensando em abrir seu negócio para aproveitar a temporada ou busca adaptar o espaço já existente, para fornecer uma experiência mais agradável e satisfatória para o seu consumidor, deve tomar as medidas adequadas à sua situação de forma específica, de acordo com as realidades do seu negócio e seguindo a orientação de um arquiteto ou arquiteta especializado. Salientamos alguns pontos essenciais para que você avalie na estrutura de seu estabelecimento: Verifique se a calçada está em boas condições, sinalizada, com fácil acesso e promova as adequações necessárias; Adote soluções para viabilizar o acesso de todos, tais como a construção de  rampas com inclinação adequada caso haja desnível entre pisos, dentro e fora  estabelecimento, ou a instalação de elevadores e plataformas; Tenha corredores amplos e de livre circulação; Busque posicionar mesas e balcões com altura adequada para que pessoas consigam utilizá-lo tanto em pé quanto sentadas; Invista na correta sinalização dos espaços, tendo o cuidado para que ela seja percebida por pelo menos dois sentidos humanos diferentes: visual e sonora ou visual e tátil. Todos estes itens estão descritos e regulamentados na NBR ABNT 9050/2020, que, como comentamos em outros materiais, é a norma que rege as construções arquitetônicas em edificações, mobiliários, espaços e equipamentos. A arquitetura é capaz de conferir diferenciais muito significativos aos estabelecimentos comerciais. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, investir em espaços acessíveis não demanda gastos muito elevados, pois o custo de projetos arquitetônicos acessíveis é semelhante ao dos que não seguem as regulamentações legais. A temporada de verão 2021-2022 está se aproximando e, para se destacar da concorrência e buscar encantar o consumidor por meio de uma experiência agradável, este é o momento de investir em soluções arquitetônicas acessíveis. Para isso, busque arquitetos especializados, que atendam às solicitações das leis brasileiras e de políticas locais. Se você quiser saber como projetar seu empreendimento de forma acessível ou, ainda, encontrar as melhores soluções para a adaptação de ambientes para promover uma experiência mais agradável e inclusiva, agende uma reunião com Angélica Picceli, especialista em Arquitetura Inclusiva do Studio Universalis. Entre em contato pelo e-mail contato@studiouniversalis.com.br ou pelo WhatsApp/telefone (31) 98797-2392.

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A cidade que eu quero para viver

No último dia 08 de novembro comemoramos o Dia Mundial do Urbanismo. E um dos grandes objetivos desta data é nos convidar a refletir sobre o tipo de cidade que queremos para viver e eu gostaria de estender esse convite não somente aos colegas arquitetos e outros profissionais que cuidam do planejamento e do funcionamento das cidades, mas a todas as pessoas que nela vivem, afinal, de alguma forma, todos nós atuamos na cidade e de consequência, somos impactados pelo ambiente urbano. Segundo a Organização das Nações Unidas, mais de 50% da população mundial mora em cidades e as projeções são de que em 2050 esse percentual esteja em torno de 75%. Somos muitos, vivendo próximos uns dos outros, compartilhando as belezas, os benefícios e também os problemas das grandes cidades. Então, nada mais justo que cada um de nós possa contribuir com o lugar onde vive. Eu nasci e cresci em um grande centro urbano e sou verdadeiramente apaixonada por estes ambientes cheios de diversidade, que muitas vezes parecem caóticos, e que podem ser extremamente estimulantes, ou incrivelmente intimidadores, que podem te abraçar e te fazer sentir parte do mundo, ou te excluir e segregar. As cidades tem o poder de oferecer oportunidades de desenvolvimento pessoal e qualidade de vida, mas também podem te oprimir e causar doenças. Por isso é tão importante que pensemos sobre isso. É fato que parte das soluções dos problemas das cidades está na mão do poder público e das decisões políticas. Entretanto, acredito que nós – os cidadãos – também temos a nossa parcela de responsabilidade. Então eu pergunto: o que podemos fazer para melhorar o lugar onde moramos? Como é a cidade que você quer para viver? A cidade que eu quero para viver é um lugar onde as pessoas podem exercer o seu direito de ir e vir com segurança e autonomia. Onde todas as pessoas tenham a oportunidade de frequentar a escola, museus e parques, pois há acessibilidade nas calçadas, no transporte público e nos edifícios para que todos consigam chegar lá. O lugar que eu quero para viver cuida do seu meio ambiente, tratando com carinho das praças e dos parques. Além disso, trata e dá a destinação correta ao seu lixo, reciclando ou reaproveitando ao máximo possível os resíduos. A cidade onde eu quero viver precisa ser o reflexo dos valores mais fundamentais da humanidade, onde todas as pessoas tem oportunidades iguais de desenvolvimento humano, com a devida valorização e respeito às diferenças. Onde a harmonia e o equilíbrio entre as pessoas e o meio ambiente garanta um presente repleto de esperança de que as gerações futuras poderão viver muito melhor do que vivemos hoje. Mas, voltando à minha primeira pergunta: o que eu posso fazer, como cidadã, em prol da cidade que eu quero? Acredito que podemos começar com coisas simples: Em minha casa, eu posso separar e reciclar meu lixo doméstico; Posso priorizar a utilização do transporte coletivo ao invés de usar meu carro particular; Como profissional, posso desenvolver projetos que promovam a acessibilidade nos lugares para todas as pessoas; Junto à minha comunidade, posso estimular as pessoas sobre condutas responsáveis e respeitosas em relação às outras pessoas e ao meio ambiente. Afinal, um bom exemplo vale muito! Além das pequenas coisas que listei acima, não posso deixar de destacar uma das atitudes mais importantes que podemos tomar como cidadãos a favor da nossa cidade: estamos na época das eleições municipais e neste momento podemos realmente fazer uma grande diferença, escolhendo nossos representantes de forma consciente e coerente com o lugar que sonhamos para viver. E você? Já parou para pensar sobre a sua cidade? Como é a cidade que você quer para viver e o que você pode fazer para ajudar a construir esse lugar?

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Mobilidade Urbana: a Importância da Arquitetura Inclusiva no Envelhecimento Populacional
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Mobilidade Urbana: a Importância da Arquitetura Inclusiva no Envelhecimento Populacional

Hoje somos mais de 210 milhões de brasileiros, dos quais 9,52% possuem mais de 65 anos de idade, e as projeções do IBGE apontam que este percentual pode dobrar em cerca de vinte anos. Também segundo o IBGE, a grande maioria desta população vive em áreas urbanas, com uma expectativa de vida de mais de 75 anos. Com maior longevidade, os idosos têm buscado por um estilo de vida cada vez mais ativo e independente. Eles permanecem no mercado de trabalho por mais tempo, moram sozinhos e desfrutam mais e melhor da aposentadoria. Alguns voltam a estudar, outros aproveitam para viajar e viver novas experiências. Em março deste ano a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou uma proposta que implementa o Programa Cidade Amiga do Idoso, um conceito que foi desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde, e tem como objetivo estimular o envelhecimento ativo, através da adaptação das estruturas e serviços das cidades para que sejam acessíveis a todas as pessoas, em especial aos idosos, favorecendo assim, melhores oportunidades para a saúde, a participação social e a qualidade de vida das pessoas à medida em que envelhecem. Dentre os vários itens que precisam ser adaptados para que uma cidade tenha o certificado de “Amiga do Idoso”, destaco a infraestrutura para a mobilidade urbana, porque possui grande influência no estilo e qualidade de vida das pessoas, determinando a maneira como se deslocam no meio urbano, principalmente se levarmos em conta o fato de que as pessoas podem ter a diminuição de sua capacidade de se movimentar em decorrência do envelhecimento. Mobilidade urbana é a condição e os meios que utilizamos para acessar os diferentes bens e serviços na cidade, ou seja, a rua, o transporte, a sinalização e a comunicação. A calçada é um item fundamental da mobilidade urbana, e para que seja acessível é necessário que possua um piso antiderrapante, plano e homogêneo, com largura suficiente para as pessoas circularem, inclusive em cadeiras de rodas, com uma faixa livre de obstáculos tais como árvores, lixeiras, bancos, entre outros. Todas as calçadas precisam ter rampas que permitam o acesso das cadeiras de rodas, andadores e carrinhos de bebê (afinal, passear com os netos faz parte de uma velhice saudável) às ruas e faixas de travessia. Calçadas que não possuem rampas são obstáculos severos para pessoas em cadeiras de rodas e para o idoso, que muitas vezes tem dificuldades com os degraus. As áreas de travessia entre vias precisam ser projetadas para que sejam seguras para o idoso. Com a redução da velocidade dos movimentos, as pessoas mais velhas levam um tempo maior para atravessar a rua. Por isso, semáforos com tempo ajustado para o tamanho do percurso da travessia e sinais sonoros ajudam bastante. Em vias muito largas, é fundamental dividir o percurso, construindo ilhas entre as duas mãos de trânsito de veículos. Para facilitar e incentivar o deslocamento a pé, as calçadas precisam ter áreas de descanso com bancos, preferencialmente arborizadas, pois alguns idosos se cansam mais facilmente em decorrência da redução natural de sua capacidade cardíaca e motora. Seria muito interessante se possuíssem também sanitários públicos acessíveis. O transporte público é outro item importante para uma velhice saudável, pois com a velhice, a tendência é que as pessoas deixem de dirigir seus veículos particulares em função da diminuição natural da visão e dos reflexos. Desta forma, é fundamental que a cidade ofereça transporte público confiável e frequente, com rotas para locais chave, tais como áreas comerciais com rede bancária, hospitais e centros de saúde, shopping centers, parques, centros culturais e de convivência. Os pontos de ônibus e áreas de embarque nos terminais devem preferencialmente ser cobertos, construídos de maneira que as pessoas possam embarcar nos veículos em nível, sem a necessidade de vencer degraus. Um exemplo deste tipo de área de embarque são os pontos do MOVE em Belo Horizonte. Uma alternativa para os locais de embarque onde não é possível elevar o piso, são os ônibus que rebaixam o piso e que possuem degraus baixos. Os veículos precisam ser bem sinalizados, com a identificação da rota bem legível para pessoas com baixa visão. É necessário que tenham assentos reservados para os idosos. Neste sentido, campanhas de educação e conscientização da população para que respeitem o idoso são fundamentais, além do treinamento dos motoristas e cobradores para que possam dar suporte adequado a estas pessoas durante o transporte. Além dos ônibus, a frota de táxis e carros por aplicativos também precisam de políticas de estímulo e capacitação para o atendimento deste público. Cidades amigas do idoso transformam-se na verdade, em cidades amigas de todas as pessoas, independentemente da idade, das habilidades ou da característica física dos indivíduos, pois o processo de envelhecimento é algo que acontece ao longo da vida de cada um nós e viver em cidades acessíveis é sinônimo de uma vida com maior qualidade de vida todos os dias. Como é na sua cidade? Ela está preparada para o idoso? Compartilhe comigo e participe desta discussão!

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