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Uma verdade que todos concordam: o futuro do nosso país depende da educação.

Apostar em uma educação de qualidade, voltada para o desenvolvimento cultural, técnico, social e humano das pessoas é a chave para um futuro melhor e para um país promissor, que cuida dos seus cidadãos.

E nosso país está precisando desesperadamente e urgentemente dessa educação. Uma educação que nos alimente com senso crítico, senso de coletividade, senso de pertencimento e que nos possibilite crescimento pessoal, que ofereça a nossas crianças, jovens e adultos a oportunidade de um presente e um futuro brilhante e feliz.

Mas para que esta tão sonhada educação seja possível, a escola precisa ser capaz de receber a todas as pessoas. Ninguém pode ficar de fora. Afinal, antes mesmo de se constituir em uma grande esperança para o nosso país, a educação é um direito fundamental de todos nós.

O direito à educação para todas as pessoas vai muito além de professores capacitados, métodos e materiais didáticos adequados e eficientes. É necessário, antes de qualquer coisa, que as pessoas (estudantes e profissionais da educação) possam chegar e permanecer nas escolas – acessibilidade ambiental é fundamental.

A acessibilidade dos espaços promove a convivência social, o aprendizado e o desenvolvimento de pessoas com diferentes características físicas, motoras, sensoriais e intelectuais de forma harmoniosa e equiparada em um mesmo ambiente, contribuindo para a derrubada de preconceitos e a percepção de que as nossas diferenças são o nosso maior tesouro. São as nossas diferenças que nos fazem tão especiais enquanto indivíduos e enquanto sociedade. Já está comprovado que grupos com grande diversidade tem maior capacidade para encontrar soluções para seus problemas, inovar e empreender.

Por isso é tão importante que as escolas sejam acessíveis e estejam preparadas para a inclusão de todas as pessoas. E para ajudar aos gestores das escolas a compreenderem o que é necessário para se ter ambientes escolares acessíveis, descrevo abaixo sete pontos que devem ser observados:

1 – Entradas e acessos:

Para a chegada e entrada dos professores, estudantes e funcionários é preciso que o percurso entre a calçada e áreas de embarque e desembarque estejam livres de quaisquer tipos de barreiras (tais como degraus, por exemplo), que impeçam o deslocamento fácil e seguro de todas as pessoas.

As áreas de embarque e desembarque devem possuir vagas de estacionamento acessíveis reservadas para pessoas com deficiência, para facilitar a chegada e a entrada das pessoas com maior dificuldade de mobilidade.

É importante que este percurso livre de barreiras que parte da calçada leve as pessoas por todas as áreas da escola: salas de aula, áreas de prática esportiva, bibliotecas, laboratórios, áreas administrativas, auditórios, cantinas, refeitórios, entre outras. Este percurso se chama rota acessível.

2 – Salas de aula e laboratórios

As salas de aula e laboratórios devem ter portas com vão de passagem mínimo de 80 cm e é importante que os corredores entre as mesas e carteiras tenham espaço suficiente para que estudantes em cadeiras de rodas possam se aproximar, se movimentar e utilizar o mobiliário (Figura 1). Aliás, este também é um ponto muito importante: as carteiras universitárias, muito utilizadas em várias escolas, não são acessíveis para todas as pessoas. É necessário que as escolas tenham mesas reguláveis, que se adaptem facilmente à vários tipos de necessidades.

Figura 1 – Salas de aula com circulação ampla entre as mesas

Bancadas fixas em laboratórios precisam ter espaço inferior livre para que as pessoas em cadeiras de rodas possam acomodar suas pernas sob elas e altura adequada para trabalho sentado.

As lousas ou quadros brancos devem estar fixadas nas paredes em uma altura que seja boa para as crianças e para adultos com baixa estatura, sendo a altura máxima de 90 cm do piso (Figura 2).

Figura 2 – Lousa com altura máxima de 90 cm do piso

3 – Quadras, piscinas e equipamentos esportivos

O percurso até as áreas de prática esportiva deve ser livre de barreiras arquitetônicas, permitindo que todos os estudantes cheguem a até lá para a prática de esportes.

Caso a escola possua modalidade esportiva que utilize cadeiras do tipo cambada (Figura 3), as portas existentes na rota acessível devem ter medida mínima de 1,00 metro de largura, incluso as portas dos vestiários e instalações sanitárias.

Figura 3 – Cadeira de rodas tipo cambada

As arquibancadas e áreas de plateia, além de estarem na rota acessível, devem possuir espaço reservado para pessoa em cadeira de rodas.

4 – Instalações sanitárias e vestiários

Deve haver vestiários e sanitários acessíveis em todos os pavimentos das escolas, sendo que 5% do número total de peças sanitárias devem atender à norma de acessibilidade. É recomendável que haja instalações sanitárias e vestiários acessíveis masculinas e femininas nas escolas com entrada independente, do tipo família, possibilitando a assistência de terceiros, caso necessário.

5 – Bibliotecas

Nas bibliotecas, além dos corredores amplos, é interessante que se utilize estantes baixas para que os livros fiquem acessíveis a pessoas sentadas ou em pé, com as mais variadas estaturas. Na impossibilidade de se utilizar estantes baixas, pode-se disponibilizar colaboradores para assistência aos usuários.

6 – Cantinas e refeitórios

Para que os balcões de atendimento nas cantinas sejam acessíveis devem ter altura máxima de 85 cm do piso, possibilitando que pessoas em cadeira de rodas, pessoas de baixa estatura e crianças veja o atendente e também sejam vistos. As vitrines também devem estar em altura acessível aos olhos deste público (Figura 4).

Figura 4: Balcão de atendimento em lanchonetes

7 – Comunicação e sinalização

A sinalização dos espaços e comunicação dentro das escolas é outro ponto de suma importância. Ela deve estar presente obrigatoriamente na rota acessível e em toda a escola. Seu papel é auxiliar na orientação espacial e localização das pessoas.

A sinalização para orientação e localização deve ser feita com piso tátil, placas de sinalização visual com textos e figuras em alto relevo e braile, e também sinalização sonora. Deve-se sempre combinar pelo menos dois tipos diferentes de sinalização de forma que a comunicação seja feita através de dois sentidos – visual e tátil ou visual e sonoro.

A aplicação dos pisos táteis deve ser planejada com o auxílio de um arquiteto, pois não é recomendada para todos os ambientes internos nas edificações. Além disso, há uma norma técnica específica que orienta sobre a forma correta de se efetuar este tipo de sinalização.

Também é importante identificar os ambientes e os setores com placas compostas por textos, figuras e braile (Figura 5). Esta medida possibilita que pessoas com deficiência visual possam circular pela escola com maior autonomia. As placas de identificação dos ambientes devem estar fixadas ao alcance das mãos, para serem lidas com os dedos (entre 0,90 e 1,20 metros de altura).

Figura 5: Sinalização para identificação de ambientes e setores com textos e figuras em alto relevo e braile

Certamente, estas sete dicas acima não esgotam o tema da acessibilidade dentro das escolas. Há o fato de que cada edifício é um caso e tem suas particularidades, demandando cada qual um tipo de adaptação, sendo que além das ações que descrevi aqui, existe muitas outras que podem e devem ser empregadas para que as escolas tenham condições de acolher a todas as pessoas, tanto em relação às necessidades físicas dos ambientes, quanto às iniciativas e campanhas para esclarecimento e envolvimento da comunidade para que se incentive posturas, atitudes e comportamentos inclusivos.

A sua escola está pronta para receber a todos? Se não está, ou se você tem alguma dúvida quanto às adaptações necessárias para que sua escola seja acessível, procure-nos. Nossa equipe está preparada e terá grande satisfação em te ajudar nesta jornada.

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