No último dia 08 de novembro comemoramos o Dia Mundial do Urbanismo.
E um dos grandes objetivos desta data é nos convidar a refletir sobre o tipo de cidade que queremos para viver e eu gostaria de estender esse convite não somente aos colegas arquitetos e outros profissionais que cuidam do planejamento e do funcionamento das cidades, mas a todas as pessoas que nela vivem, afinal, de alguma forma, todos nós atuamos na cidade e de consequência, somos impactados pelo ambiente urbano.
Segundo a Organização das Nações Unidas, mais de 50% da população mundial mora em cidades e as projeções são de que em 2050 esse percentual esteja em torno de 75%. Somos muitos, vivendo próximos uns dos outros, compartilhando as belezas, os benefícios e também os problemas das grandes cidades. Então, nada mais justo que cada um de nós possa contribuir com o lugar onde vive.
Eu nasci e cresci em um grande centro urbano e sou verdadeiramente apaixonada por estes ambientes cheios de diversidade, que muitas vezes parecem caóticos, e que podem ser extremamente estimulantes, ou incrivelmente intimidadores, que podem te abraçar e te fazer sentir parte do mundo, ou te excluir e segregar. As cidades tem o poder de oferecer oportunidades de desenvolvimento pessoal e qualidade de vida, mas também podem te oprimir e causar doenças.
Por isso é tão importante que pensemos sobre isso. É fato que parte das soluções dos problemas das cidades está na mão do poder público e das decisões políticas. Entretanto, acredito que nós – os cidadãos – também temos a nossa parcela de responsabilidade. Então eu pergunto: o que podemos fazer para melhorar o lugar onde moramos? Como é a cidade que você quer para viver?
A cidade que eu quero para viver é um lugar onde as pessoas podem exercer o seu direito de ir e vir com segurança e autonomia. Onde todas as pessoas tenham a oportunidade de frequentar a escola, museus e parques, pois há acessibilidade nas calçadas, no transporte público e nos edifícios para que todos consigam chegar lá. O lugar que eu quero para viver cuida do seu meio ambiente, tratando com carinho das praças e dos parques. Além disso, trata e dá a destinação correta ao seu lixo, reciclando ou reaproveitando ao máximo possível os resíduos.
A cidade onde eu quero viver precisa ser o reflexo dos valores mais fundamentais da humanidade, onde todas as pessoas tem oportunidades iguais de desenvolvimento humano, com a devida valorização e respeito às diferenças. Onde a harmonia e o equilíbrio entre as pessoas e o meio ambiente garanta um presente repleto de esperança de que as gerações futuras poderão viver muito melhor do que vivemos hoje.
Mas, voltando à minha primeira pergunta: o que eu posso fazer, como cidadã, em prol da cidade que eu quero? Acredito que podemos começar com coisas simples:
- Em minha casa, eu posso separar e reciclar meu lixo doméstico;
- Posso priorizar a utilização do transporte coletivo ao invés de usar meu carro particular;
- Como profissional, posso desenvolver projetos que promovam a acessibilidade nos lugares para todas as pessoas;
- Junto à minha comunidade, posso estimular as pessoas sobre condutas responsáveis e respeitosas em relação às outras pessoas e ao meio ambiente. Afinal, um bom exemplo vale muito!
Além das pequenas coisas que listei acima, não posso deixar de destacar uma das atitudes mais importantes que podemos tomar como cidadãos a favor da nossa cidade: estamos na época das eleições municipais e neste momento podemos realmente fazer uma grande diferença, escolhendo nossos representantes de forma consciente e coerente com o lugar que sonhamos para viver.
E você? Já parou para pensar sobre a sua cidade? Como é a cidade que você quer para viver e o que você pode fazer para ajudar a construir esse lugar?